quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fabaceae - Brownea grandiceps Jacq. - chapéu do sol -

 Inflorescência congesta, brácteas bem desenvolvidas, flores vermelhas (f. 1)
Estames com filetes longos, pétalas vermelhas (f. 2)
Folíolos glabros (f. 3)
Inflorescência congesta (f. 4)
Botão elípsoide (f. 6)
Ramos muito difusos (f. 7)
Folha multijuga (f. 8)
Botão subséssil, sépalas e pétalas imbricadas (f. 9)
Botões congestos (f. 10)
Bractéolas rufo-tomentosa (f. 11)
Sépalas e pétalas vermelhas (f. 12)
Flores sésseis (f. 13)
Flor monoclina, anteras articuladas, rimosa (f. 14)
Pétalas unguiculadas (f. 15)
Androceu dialistêmone (f. 16)
Gineceu unicarpelar, ovário oblongo, estilete longo (f. 17)
Legume estipitado (f. 18)
Pulvino, tomento (f. 19)
Face adaxial serícea, coriácea (f. 20)
Folíolo cuspidado (f. 21)
Folha com folíolos subalternos (f. 22)
Tronco cilíndrico, estriado (f. 23)

Leguminosae, Detarioideae, Tribo Amherstieae Benth Brownea Jacq. 1760, 12 espécies  (Estrella et al. 2018).

No Brasil ocorrem 2 espécies (Klitgaard 2015)

Brownea grandiceps Jacq., Collectanea 3: 287–289, pl. 22, f. a–i. 1789.

Planta arbórea cerca de 8 m de altura; tronco lenhoso pouco ramificado; ramo cilíndrico, estriado, com lenticelas, inerme. Estípulas 2, intrapeciolares, caducas. Filotaxia alterna, dística. Folhas compostas, paripinada, multijuga; folíolos alternos, elíptico-oblongo, ápice cuspidado, margem inteira, base cuneada, face adaxial glabra, viridescente, face abaxial cinza, raque 6 vezes maior que o comprimento do pecíolo, sem glândula. Inflorescência axilar, racemo congesto. Pedúnculo curto. Brácteas vistosas. Botão clavado. Flor grande, subséssil, monoica; hipanto longo; cálice 5, livre, triangulares; corola 5, unguiculada, vermelha, obovada; androceu 10, estames com filetes longos, anteras elípticas, dorsifixa, rimosa; gineceu 1, ovário súpero, subséssil, pluriovulado, estilete longo, estigma globoide. Fruto legume, oblongo, plano. 

Comentário
Espécie fácil de ser reconhecida por apresentar inflorescências congestas com brácteas grandes atrativas.
Planta introduzia na Paraíba, utilizada na arborização em alguns lugares.


 Nome popular: Chapéu do sol.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, UFPB Campus de Areia, Paraíba e Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Brasil.

Referências

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Estrella, M., Forest, F., Klitgård, B. et al. A new phylogeny-based tribal classification of subfamily Detarioideae, an early branching clade of florally diverse tropical arborescent legumes. Sci Rep 8, 6884 (2018). https://doi.org/10.1038/s41598-018-24687-3

-Klitgaard, B.B. 2015. Brownea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB82699>.

-Klitgaard, B.B. 1991. Ecuadorian Brownea and Browneopis (Leguminosae-Caesalpinioideae): Taxonomy, palynology, and morphology. Nordic Journal of Botany 11: 433–449.


-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World.Kew, Royal Botanic Gardens

-Lorenzi, H., H.M. Souza, e M.A.V. Bacher, L.B. Torres. 2003. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Plantarum.

-Santos-Silva, J.; Klitgaard, B.B. 2020. Brownea in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82699>. Acesso em: 28 May 2021

Exsicatas


Herbário P

terça-feira, 22 de julho de 2014

Fabaceae - Desmodium distortum (Aubl.) J.F. Macbr.

Pedúnculo reto, flores breve-pediceladas, corola papilionácea, pétalas unguiculadas, rosas (f. 1)
Panícula laxa (f. 2)
Ramo cilíndrico, com tricomas uncinados, estípula obovada, ápice agudo, margem serrilhada, patente (f. 3)
 Lomentos plano, espiralados, estilete persistente (f. 4)
Folha composta, unifoliolada, folíolo ovado (f. 5)
Leguminosae, Papilionoideae, Desmodieae, Desmodium Desv., Seção Chalarium, subseção Trifoliolata  275 espécies. (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 35 espécies das quais cinco são endêmicas (Lima 2022).

Desmodium Desv.

Arbusto ou subarbusto arbusto, escandente, prostrado e ereto; ramo cilíndrico, indumento uncinado presente. Estípula lateral, base fixa, unida ou livre. Filotaxia alterna espiralada ou dística. Folhas trifolioladas, estipelas presentes. Inflorescência racemo, pseudorracemo, verticilo. Flor pedicelada, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice campanulado, lacínias 5, maiores que o comprimento do tubo, corola papilionácea, pétalas rosas a vinho; androceu monadelfo, anteras homomórficas, rimosas. Lomento estipitado ou séssil, plano, cilíndrico, linear, segmentos com tricoma uncinado. Semente reniforme, elíptica, hilo central.



Desmodium distortum (Aubl.) J.F. Macbr., Publications of the Field Museum of Natural History, Botanical Series 8(2): 101. 1930.

Basiônimo: Hedysarum distortum Aubl., Histoire des Plantes de la Guiane Françoise 2: 774. 1775.
Planta subarbustiva, ereta ca. 1 m alt., caule cilíndrico, estriado, pouco difuso, indumento uncinado. Estípulas 2, hemicordada, margem ciliada, patentes. Filotaxia alterna, espiralada. Folha composta, unifoliolada ou trifoliolada, folíolo ovado, ápice agudo mucronado, margem inteira, base obtusa, face adaxial e abaxial pilosa, nervação expressa na face abaxial, membranáceo, pecíolo 1/5 maior que a raque. Inflorescência terminal, panícula. Flor pequena, curto pedicelada, monoclina; cálice campanulado, bilabiado, lacínios 5, triangulares; corola papilionácea, pétalas unguiculadas, rosa; estandarte obovado guias de néctar amarelo em sua base; ala oblonga, quilha, androceu monadelfo, branco. Fruto lomento, plano espiralado coberto por tricoma uncinado.
Comentário
Espécie de fácil reconhecimento por apresentar estípula patente e frutos plano espiralados.

Esta espécie foi coletada na área de restinga da Flona em Cabedelo.

Nome Popular: Carrapicho, pega-pega


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Mata do Amém - Flona de Cabedelo, Cabedelo, Paraíba, Brasil.


Referências

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411 ).

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lima, L,C.P., Queiroz, L.P., Tozzi, A.M.G.A., Lewis, G.P. 2014. A Taxonomic Revision of Desmodium (Leguminosae, Papilionoideae) in Brazil. Phytotaxa 169: 001–119.

-Lima, L.C.P. ,Oliveira, M.L.A.A.,Tozzi, A.M.G.A.,Souza, V.C. 2015. Desmodium in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB18507>.

-Lima, L.C.P. 2011 Estudos filogenéticos em desmodium desv. (Leguminosae-Papilionoideae) e revisão taxonômica das espécies ocorrentes no Brasil. 298 f. Tese (Doutorado Acadêmico em Botânica)- Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2011.

-Lima, L.C.P. ; Oliveira, M.L.A.A.; Tozzi, A.M.G.A.; Souza, V.C. Desmodium in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 03 Mai. 2015

-Lima, L.C.P. 2020. Desmodium in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB18507>. Accessed on: 01 May 2021

-Tozzi, A.M.G.A. 1981. O genero Desmodium desv. no Brasil: considerações taxonomicas. 1981. [319]f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. 
-Tozzi, A.M.G.A. 2016. “Desmodium Desv.” Em Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo VIII, por M.G.L. Wanderley et. al., 244-254. São Paulo: Instituto de Botânica.

Exsicatas

Herbários Reflora

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Fabaceae - Alysicarpus vaginalis (L.) DC.

 pseudorracemo. flores subséssil, flores papilionáceas, vermelhas (f. 1)
 Lomentos curtos (f. 2)
Folha composta, unifoliolada, pecíolo caniculado, longo, estípulas 2 (f. 3)
Hábito decumbente (f. 4)
 Estípulas paleáceas, lanceoladas, pecíolo longo, folíolo elíptico, base cordada, ápice mucronado (f. 5)
Folha composta unifoliolada (f. 6)
Frutos cilíndricos (f. 7)
Leguminosae, Papilionoideae, Desmodieae, Alysicarpus Desv 25-30 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil há apenas o registro de uma espécie (Lima 2015).




Basiônimo: Hedysarum vaginale L., Species Plantarum 2: 746. 1753.


Planta subarbustiva, decumbente, pouco ramificada, ramo cilíndrico, com ou sem antocianina, indumento adpresso para a base. Estípula persistente, lanceolada, alva, estrias longitudinais presentes, aderida ao pecíolo. Folha composta, unifolioladas; folíolo ovado-oblongo, discolor, ápice obtuso, margem inteira, base cordada. Inflorescência axilar, laxa, pseudorracemo. Flor monoclina, zigomorfa; pedicelo subséssil; bráctea linear, caduca; cálice campanulado, lacínios 5, subulados, maiores que o comprimento do tubo; corola papilionácea, pétala 5, unguiculadas, vermelhas, estandarte patente, quadrado, guias de néctar 2 amarelos, alas vermelhas, quilhas falcadas; androceu monadelfo, estames 10; gineceu simples, ovário súpero, pluriovulado. Frutos lomento, cilíndrico, linear, plurisseminado, sépalas persistentes.


Comentário


Planta encontrada em ambientes antropizados, uma espécie invasora de plantações.
Até o momento não havia registro para PB, no entanto, foi coletado num dos Jardins do Campus I da UFPB.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, UFPB, Campus I, João Pessoa Brasil.

Nome popular: Trevo alice

Referências

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Lima, H.C. de 2015. Alysicarpus in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. ; Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Queiroz, R.T. 2020. Alysicarpus in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB120430>. Accessed on: 29 Apr. 2021

-Small, J. K. 1933. Man. S.E. Fl. i–xxii, 1–1554. Published by the Author, New York.

-Silva, R.R, & Tozzi, A.M.G.A. 2012. Papilionoideae (Leguminosae) do Planalto Residual do Urucum, oeste do Pantanal do Mato Grosso do Sul, Brasil. Hoehnea, 39(1), 39-83https://doi.org/10.1590/S2236-89062012000100003 



Exsicatas


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Fabaceae - Galactia jussiaeana Kunth

Planta trifoliolada, folíolos elípticos, ápice retuso, legume plano-falcado (f. 1)
Folha com raque menor que pecíolo, racemos curtos, menores que o comprimento do pecíolo (f. 2)
Flores com corola papilionácea, rosas (f. 3) 

Leguminosae, Papilionoideade, Phaseoleae, Galactia 60 spp. (Lewis et al. 2005). 

No Brasil ocorrem 29 espécies das quais 16 são endêmicas (Fortunato 2015).

Galactia P. Browne

Subarbustos decumbentes, trepadeiras; ramos volúveis, inermes. Estípula 2, basifixa. Filotaxia alterna, espiralada. Folhas uni ou trifolioladas; folíolos elípticos, ovados oblongos, ápice retuso, agudo ou mucronado, face adaxial e abaxial glabro ou piloso, margem inteira, base obtusa, raque menor que o pecíolo; estipelas ausentes. Inflorescência racemo, axilar, pauciflora, brácteas caducas. Flor brevi-pedicelada, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice campanulado, lacínias 4, agudos, corola papilionácea, pétalas 5, unguiculadas, rosa, vinho, estandarte ovado, alas livres, quilha adnata; androceu monadelfo; antera homomórfica, rimosa; ovário séssil, pluriovulado. Fruto legume séssil, linear, plano, valvas 2, membranáceas.

Galactia jussiaeana Kunth, Mimoses 196–200, pl. 55. 1824. 

Trepadeiras, folhas compostas, trifolioladas, racemos curtos, flores lilás. Frutos arqueados.


Plantas eretas, decumbentes ou procumbentes. Cálice com quatro lacínios. Estandarte não giboso, sem calos. Legume linear, reto. Semente com arilo circular........................ Galactia (Barroso 1991).


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Fazenda Almas, São José dos Cordeiros, Paraíba, Brasil.

Referências

-Amorim, L.D. et al. Fabaceae na Floresta Nacional (FLONA) de Assú, semiárido potiguar, nordeste do Brasil. Rodriguésia [online]. 2016, vol.67, n.1 [cited 2021-04-24], pp.105-124.

-Barroso, G.M. Sistemática de Angiospermas do Brasil. UFV. Viçosa. 1991. 377p. v2.

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411 ).

-Fortunato, R.H. 2015. Galactia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB29680>.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lewis, G. P. 1987. Legumes of Bahia. 1–369. Royal Botanic Gardens, Kew.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

O gênero Galactia P. Browne (Leguminosae,Papilionoideae) no Brasil
Ceolin, Guilherme Bordignon

Exsicatas

Herbário P



quinta-feira, 17 de julho de 2014

Fabaceae - Calopogonium caeruleum (Benth.) C. Wright

 Pseudorracemo, flores sesseis, cálice tubuloso, corola papilionada, lacínios curtos, fruto legume, linear, plano (f. 1)
Inflorescência congesta (f. 2)
 
Pedúnculo com botões (f. 3)
Pétalas unguiculadas, cerúleas (f. 4)
Folha composta, trifoliolada, ovada (f. 5)

 Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae, Calopogonium Desv. 6 espécies. (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 4 espécies (Lima 2015).

Calopogonium Desv.

Liana ou trepadeira, ramos tricomatosos. Filotaxia alterna-espiralada. Estípula presente. Folha trifoliolada, folíolos romboides, membranáceos, actinódromos. Inflorescência axilar, pseudorracemo. Flor séssil a subséssil, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice gamossépalo, tubuloso, lacínios 5; corola papilionácea, pétalas 5, unguiculadas; androceu diadelfo; gineceu simples; ovário séssil, pluriovulados, estigma e estilete presente. Fruto seco, legume típico.

Calopogonium caeruleum (Benth.) C. Wright, Anales de la Academia de Ciencias Medicas . . . 5: 337. 1868[1869].

Basiônimo: Stenolobium caeruleum Benth., Commentationes de Leguminosarum Generibus 61. 1837.

Planta trepadeira, volúvel, ramo cilíndrico, serício, cinéreo. Estípulas 2, caduca. Filotaxia alterna, espiralada. Folha trifoliolada; folíolo ovado, ápice obtuso, margem inteira, folíolos basais base truncada, folíolo apical base obtusa, membranáceo, concolores, vilosos, raque 4x menor que o comprimento do pecíolo. Inflorescência axilar, pseudorracemo, longo, reto, laxo. Flor séssil, pequena, monoica; cálice campanulado, lacínios curtos, triangulares; corola papilionácea, pétalas 5, unguiculadas, lilás; estandarte ovado-orbicular, alas obovadas, livres, quilha adnata; androceu monadelfo, estames 10, gineceu 1, ovário súpero, pluriovulado. Fruto legume típico, plurisseminado, linear, plano, valvas lignosas, margem crenada, serícea. Semente numerosas, reniformes, hilo central.


Comentário

Esta espécie ocorre na Mata Atlântica da Paraíba, sendo fotografada na Pedra da Boca no município de Araruna.

EtimologiaCallis: grego = belo,  pogon, grego = barba.  Barba bela em alusão ao tricoma presente no fruto. Caeruleum - azul

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Pedra da Boca, Araruna, Paraíba, Brasil.

Referências

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.


-Carvalho-Okano, R.M. & Leitão Filho, H.F. 1985. Revisão taxonômica do gênero Calopogonium Desv. (Leguminosae - Lotoideae) no Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 8: 31-45.

-Costa, R.K.A.; Queiroz, R.T. 2019. A tribo Phaseoleae (Leguminosae, Papilionoideae) na mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba – Brasil. In book: Serie iniciados 21. Edition: 21. Editora ufpb.


-Dutra, V.F. 2020. Calopogonium in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22851>. Accessed on: 07 May 2021


-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. ; Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lima, H.C. de Calopogonium in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 26 Mai. 2015

-Nascimento, J.B.S., A.L.S. Sales, e E.B. Souza. 2020. “Potencial de uso de leguminosas emuma área de mata atlântica na APA da bica do Ipu, Ceará.” Em Agricultura e desenvolvimento tecnológico no semiárido Publisher: Proex uva, por UVA, 215-230. Sobral: Proex-UVA. 

-Okano, R. M. d. C. (1982). Revisão taxonomica do genero calopogonium desv. no Brasil.

-Silva, E.D., & Martins, A.B. 2013. Leguminosae-Papilionoideae na Serra do Cabral, MG, Brasil. Hoehnea, 40(2), 293-314. https://doi.org/10.1590/S2236-89062013000200004

Exsicatas

Herbário K

terça-feira, 15 de julho de 2014

Fabaceae - Chamaecrista absus (L.) H.S. Irwin & Barneby

Filotaxia alterna, dística, ramos e legume híspido (f. 1) 
Racemo terminal, curto; flores laranja, pequenas (f. 2)
 Folha composta, bipinada, 4-foliolada, romboide, glabro (f. 3)
Folíolo com ápice agudo, mucronado, margem inteira, base assimétrica (f. 4) 
Racemo congesto, axilar, minúsculo (f. 5)
Semente oblonga com testa escura (f. 6)
Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae, Chamaecrista seção Grimaldia- Chamaecrista absus var. absus (Irwin; Barneby 1982).

Chamaecrista Moench.

Árvores, arbustos, ervas ou subarbustos, ramos cilíndricos, inerme, glabro ou indumento tector ou glandular. Estípulas laterais, basifixas. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folhas paripinadas, bi-tetra-hexa-plurifolioladas, nectário presente no pecíolo ou raques, glândula côncava, estipitada ou séssil. Inflorescências terminais ou axilares, cimosas ou racemos. Flores monoclinas, hipóginas, zigomorfas, diclamídeas, pediceladas, bractéolas 2; cálice dialissépalo, sépalas 5, heteromorfas; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas heteromorfas, amarelas; androceu homo ou heteromorfo, estames 5-10, anteras com sutura lateral, lanceoladas. Legumes multiespérmicos, plano-compressos, lineares, valvas coriáceas com deiscências elásticas. Sementes com testa lisa, castanho ou enegrecido, hilo basal.


Esta seção é monoespecifica.

Chamaecrista absus  (L.) H. S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 35: 664. 1982.

Subarbusto decumbente.  Folhas com dois pares 2 pares de folíolos.  Inflorescências racemos curtos. Flores cremes.

Amplamente distribuída na Caatinga.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Estação Ecológica do Seridó - Rio Grande do Norte Brasil.

Referências

-Bentham, G.B. 1870. Flora brasiliensis 15(2): 131.

-Fernandes, A. & Nunes, E.P. 2005. Registros botânicos. Edições Livro Técnico, Fortaleza. 112p.

-Irwin, H.S.; Barneby, R.C. 1982.  Memoirs of the New York Botanical Garden 35: 720.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lima, J.R. & Mansano, V.F. (2011) A família Leguminosae na Serra de Baturité, Ceará, uma área de Floresta Atlântica no semiárido brasileiro. Rodriguésia 62: 563–613.

-Queiroz, R.T. & Loiola, M.I.B. 2009. O gênero Chamaecrista Moench (Caesalpinioideae) em áreas do entorno do Parque Estadual das Dunas de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Hoehnea 36: 725-736.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal.

-Rando, J.G.; Cota, M.M.T.; Conceição, A.S.; Barbosa, A.R.; Barros, T.L.A. 2020. Chamaecrista in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB621875>. Accessed on: 21 Apr. 2021

-Souza, V.C.; Bortoluzzi, R.L.C. Chamaecrista in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in:  . Access on: 08 Mar. 2015



Exsicatas

MOP

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Fabaceae - Ctenodon viscidulus (Michx.) D.B.O.S. Cardoso & A. Delgado

Flor zigomorfa, corola papilionácea, amarela (f. 1)
Folha imparipinada flor longipedicelada (f. 2)
Frutos lomentos com 3 segmentos (f. 3)
Ramo híspido, fruto lomento (f. 4) 

Leguminosae - Papilionoideae - Dalbergieae - Ctenodon .


No Brasil são encontradas 49 espécies, das 26 são endêmicas. (Lima et al. 2015).

 Ctenodon Baill.

Subarbusto prostrado ou ereto; inerme. Estípula basifixa. Folhas imparipinadas, multijugas; folíolos alternos, pecíolo menor que o comprimento da raque. inflorescência racemo ou panícula. Flor pedicelada ou séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice gamossépalo, corola dialipétala, pétalas unguiculadas; androceu monadelfo, filetes livres curtos, anteras homomórficas, ovário estipitado; fruto lomento.


Ctenodon viscidulus (Michx.) D.B.O.S. Cardoso & A. Delgado, Neodiversity: A Journal of Neotropical Biodiversity 13: 30. 2020.

Sinônomo: Aeschynomene viscidula Michx.

Erva prostrada; ramos longos, cilíndricos, com tricomas  glandulares e hirsuto. Estípulas lanceoladas, não peltada. Folhas compostas, imparipinadas, folíolos 7-9, subalternos, obovados, ápice arredondado, mucronado, margem inteira, base assimétrica, pecíolo curto. Inflorescências, axilares, panículas, laxas; brácteas pouco desenvolvidas, ovadas; flores monoicas, pequenas, amarelas, cálice pequeno, campanulado, lacínios 5, verde, corola 5, amarelas, estames 10, diadelfo. Frutos séssil, lomento 2-3 segmentos, arqueado,  margem superior reta e margem inferior crenada.

Comentários

As plantas observadas de restinga e mata Atlântica com frutos apresentam constantemente com 2 segmentos, enquanto na caatinga apresentam 3.
Esta espécie apresenta hábito decumbente semelhante a Ctenodon falcata, C. brasiliensis e C. elegans.
Bentham (1862) coloca essas espécies num grupo que apresenta o hábito herbáceo, difuso ou prostrado, racemos axilares, folíolos brevemente longiorbiculados, legume pequeno articulado, legume com seio profundamente articulado. Bom no passo seguinte temos frutos com cálice pequeno e estipes curtos, e separa três espécies C. hystrix, C. viscidula e C. brasiliensis. A primeira espécie é um subarbusto ereto diferente das outras duas. Bentham (1862) em seu tratamento deve ter visto muito pouco material pois fala que C. histrix tem apenas 2 artículos e as demais 3. No material da restinga vemos que C. viscidula apresenta 2 artículos que tornaria a chave inviável.
C. viscidula e C. brasilianus  foram separados pelo tipo de indumento no fruto. C. viscidula tem legume patente e hirsuto e A. brasiliana fruto reflexo e glabro.

Lima et al. (2006) tratando das espécies do Mato Grosso do Sul, da ênfase ao tipo de estípula que pode ser peltada ou não peltada, e pelo fruto que pode ter ou não frutos unidos por istmos, sendo este caracteres referentes a seção Ochopodium. As espécies supracitadas entram naquelas nitidamente não peltadas e com frutos tendo os segmentos unidos por istmos,  seguindo o agrupamento semelhante ao de Bentham (1862).
Aqui C. histrix é contra ponto de C. brasilianus, no entanto, creio que tratam-se de espécies bem delimitadas C. viscidula e C. brasilianus são mais confusas, no entanto ao observar os materiais percebi que Bentham (1862) foi muito assertivo quando evidenciou os frutos glabros em C. brasilianus e hirsuto em C. viscidula, aqui evidenciamos para o fato de a primeira espécie tem fruto estipitado enquanto a segunda apresenta frutos sésseis.
Além disto C. brasilianus é uma espécie de cerrado presente mais na região centro-oeste e sudeste, enquanto C. viscidula ocorre na região nordeste.

C. elegans se distingue de C. viscidula pelo número de artículo, esta tem de 2-3 segmentos enquanto aquela tem sempre mais de cinto, além fruto com estipe longo, enquanto esta é séssil.

C. falcata é distinto de C. viscudula pelo fruto daquele que é longamente estipitado e este séssil.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Reserva das almas, Sumé, Paraíba, Brasil.

Referências

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-Cardoso, D. B. O. S., C. M. J. Mattos, F. Filardi, A. Delgado Salinas, M. Lavin, P. L. R. Moraes, F. Tapia-Pastrana & H. C. Lima. 2020. A molecular phylogeny of the pantropical papilionoid legume Aeschynomene supports reinstating the ecologically and morphologically coherent genus Ctenodon. Neodiversity 13: 1–38.

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-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

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