segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Fabaceae - Tephrosia purpurea (L.) Pers. subsp. purpurea

Flor com corola papilionácea, inflorescência pseudorracemo (f. 1)
 Brácteas triangulares, botão fusiforme, flor pedicelada, cálice campanulado, lacínios estreitamente-triangulares, corola com pétalas unguiculadas, rosa (f. 2)
 Pseudorracemo curto, frutos imaturos, verdes (f. 3)
 Folha composta, imparipinada, folíolos obovados, ápice retuso (f. 4)
Inflorescência axilar ou terminal, frutos legume típico (f. 5) 
Inflorescência terminal, legume plano, linear (f. 6)


Leguminosae, Papilionoideae, Millettieae, Tephrosia Pers. subgen. Tephrosia. ca. 350 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil são encontradas 13 espécies (Queiroz; Tozzi 2019).



Subarbusto, arbusto, decumbente ou ereto; ramos difusos. Estípulas laterais, persistentes. Folhas alternas espiraladas ou dística, imparipinadas, raque maior que o pecíolo. Inflorescência terminal ou axilar, pseudorracemo ou flores axilares. Flor pedicelada, zigomorfa, monoclina, dialipétala, hipógina, diplostêmone; cálice gamossépalo, 5 lobado, corola papilionácea, pétalas 5, unguiculadas; androceu pseudomonadelfo, estames 10, antera rimosa; gineceu simples, ovário séssil, pluriovulados, estilete liso ou indumentado, estigma liso ou indumentado. Fruto legume-típico, linear, plano.

Tephrosia purpurea (L.) Pers., Synopsis Plantarum 2(2): 329. 1807.

Basiônimo: Cracca purpurea L., Species Plantarum 2: 752. 1753.

Planta suarbustiva, ca. 30 cm de alt., as vezes decumbente; caule lignoso, cilíndrico, ramo difuso, inerme, glabrescente. Estípula 2, estreitamente-triangulares. Filotaxia alterna, espiralada.  Folha imparipinada, multijuga, folíolo oposto; obovado, ápice retuso, margem inteira, base cuneada, face adaxial e abaxial glabras, com nervação marcante, paralelas, membranáceo, concolor, raque caniculada maior que o comprimento do pecíolo. Inflorescência axilar, pseudorracemo. Flor breve-pedicelada, monoica, pequena; cálice breve-campanulado, lacínio 5, triangular, agudo; corola papilionácea, pétala 5, rosa, unguiculada; estandarte orbicular, base amarelada; ala obovada, livre, quilha falcada, adnada; androceu monadelfo, filetes curtos, anteras rimosas, dorsifixa; gineceu 1, ovário súpero, pluriovulado, estilete glabro, estigma puntiforme. Fruto legume-típico, plurisseminado, linear, plano, reto, esparso-serício, valvas cartáceas, elásticas. Semente oblonga, marmorada, hilo central.

Comentário
Segundo a literatura esta espécie é exótica de origem africana, porém está amplamente distribuída nas áreas perturbadas dos diversos ambientes brasileiros. A região nordeste é abundante nas margens das estradas.
Na Paraíba foi coletada na Fazenda Salambaia no município de Cabaceiras.

Esta espécie é facilmente reconhecida pelo hábito arbustivo as vezes decumbente, caule glabro, lenhoso, e foliolos glabros.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Fazenda Salambaia, Cabaceiras, Paraíba, Brasil.

Referencias

- BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Domingues, H.A.; Queiroz, R.T.; Rossi, M.L; Martinelli, A.P.; Luz, C.F.P. 2019. Pollen mor-phology and ultrastructure of TephrosiaPers. (Legu-minosae – Papilionoideae – Millettieae): a taxo-nomic approach for native and cultivated species in Brazil.Grana, Stockholm, v. 58, p. 159-173, 2019.DOI: https://doi.org/10.1080/00173134.2019.1571626

-Lewis, G., Schrire, B., Mackinder, B., Lock, M. 2005. Royal Botanic Gardens, Kew, 577p.

-Lewis, G. P. 1987. Legumes of Bahia. 1–369. Royal Botanic Gardens, Kew.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.

-Queiroz, R.T.; Tozzi, A.M.G.A. Tephrosia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 23 Fev. 2015

-Queiroz, R.T., Saleh, E.O.L. & Tozzi, A.M.G.A. (2016) Millettieae - Tephrosia . In: Wanderley MGL, Shepherd GJ, Melhem TS, Giulietti AM & Martins SE (eds.) Flora fanerogâmica do estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo. Vol. 8, pp. 280-285.

-Queiroz, R.T.; A, Moura, T.M. de; Gereau, B,C,R.E., Lewis, G.P.; and AzevedoTozzi, A.M.G.de. 2019. Resolving nomenclatural ambiguity in South American Tephrosia (Leguminosae, Papilionoideae, Millettieae), including the description of a new species. Australian Systematic Botany, 2019, 32, 555–563.

-Queiroz, R.T. (2012) Revisão taxonômica das espécies do gênero Tephrosia Pers. (Leguminosae, Papilionoideae, Millettieae) ocorrentes na América do Sul. Tese (Doutorado). Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 321 pp.

-Queiroz RT, Tozzi AMGA, Lewis GP. 2013. Seed morphology: An addition to the taxonomy of Tephrosia (Leguminosae, Papilionoideae, Millettieae) from South America. Plant Systematics and Evolution 299: 459–470. doi:10.1007/s00606-012-0735-0.

-Queiroz, R.T. 2020. Tephrosia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB19205>. Accessed on: 29 Apr. 2021

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Ribeiro, R.T.M., Queiroz, R.T., & Loiola, M.I.B. 2018. Tephrosia (Leguminosae) no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Rodriguésia, 69(4), 1877-1887. https://doi.org/10.1590/2175-7860201869423

-São-Mateus, W.M.B.; Cardoso, D.; Jardim, J.G. & Queiroz, L.P. 2013. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotropica 13: 315-362.  https://doi.org/10.1590/S1676-06032013000400028.

Exsicatas

Herbário Reflora 

Nenhum comentário:

Postar um comentário