terça-feira, 26 de junho de 2012

Fabaceae - Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. (jurema-preta)

Corola branca, 4 pétalas (f. 1)
Inflorescência em espiga, estames chamativos (f. 2)
Folha composta, bipinada 7 pares de folíolos (f. 3)
Galha orbicular, setosa (f. 4)
Ramo armado, acúleo com base mamilar (f. 5)
 Fruto com valvas marrons (f. 6)
 Legume oblongo, plano, valvas cartáceas (f. 7)
 Frutos imaturos verdes (f. 8)
 Ramo armado, acúleo agudo, casca marrom, folhas composta, bipinada (f. 9)
 Botões obovados (f. 10)
 Flores com pistilos férteis (f. 11)
 Flores com estames férteis (f. 12)
 Foliólulos oblongos, ápice arredondado (f. 13)
Foliólulos sésseis, com galha (f. 14)
Caule escuro (f. 15)
Hábito arbóreo, arvoreta com ramos extremamente difusos (f. 16)
Ramos longos e tênues (f. 17)
Inflorescências axilares (f. 18)
Espigas longas (f. 19)
Estames vistosos, brancos (f. 20)
Ramo densamente florido (f. 21)
Planta florida no período de estiagem (f. 22)
Fruto oblongo, estipitado, com tricomas glandulares rufos nas valvas (f. 23)
Planta forófito de uma parasita Phoradendron quadrantulare 
Phoradendron quadrangulare 
azulão se alimentando dos botões florais.


Leguminosae, Mimosoideae, Mimoseae, Mimosa L., sect. Batocaulon ser. Leiocarpae Bentham. (Barneby 1991). 490-510 spp. (Lewis et al. 2005).

 No Brasil ocorrem 358 espécies das quais 265 são endêmicas (Dutra e Morim 2015).
Mimosa L.
Erva, arbusto, árvore ou trepadeira, armadas ou inermes. Estípula caduca ou persistente. Folhas alternas, bipinadas. Inflorescência axilar, espiga ou glomérulo. Flores sésseis, hipóginas, actinomorfas, tubulosas; cálice gamossépalo; corola gamopétalas, androceu dialistêmone, diplo ou isostêmones, estames com filetes vistosos; gineceu 1 pistilo. Fruto tipo craspédio.

Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., Encyclopédie Méthodique. Botanique ... Supplément 1(1): 82. 1810.
Basiônimo: Acacia tenuiflora Willd., Species Plantarum. Editio quarta 4(2): 1088. 1806.

Planta arbórea com cerca de 3 m de altura; caule escuro, bem ramificado; ramo cilíndrico, fino, longo, vinho, armado, glanduloso, acúleos agudos, muitas vezes com base mamilonar.  Estípula caduca. Filotaxia alterna, dística. Folha composta, bipinada, 4-9 pares de juga, folíolos oblongos, foliólulos múltiplos, sésseis, oblongos, ápice arredondado, margem inteira, base assimétrica, face adaxial e abaxial glabra com tricomas glandulares, membranáceo, nervuras impressas; raque com comprimento 4 vezes maior que o pecíolo. Inflorescência axilar, espiga, longa, menor que o comprimento da folha, pedúnculo curto. Brácteas incospícuas. Botão obovado. Flor séssil, pequena, monoica; cálice campanulado, lobos 4, branco; corola campanulada, pétalas 4, triangulares, branca; androceu 8, estames com filetes longos, brancos, antera dorsifixa, amarela, pequena, rimosa; gineceu 1, ovário séssil, pluriovulado, estilete longo, estigma puntiforme. Fruto craspédio, estipitado, oblongo, plano, valvas com tricomas glandulares, imatura verde, madura marrom.


Comentário

Esta espécie é facilmente reconhecida pelo caule com casca escura, ramos e folhas com tricomas glandulares e frutos estipitado, plano-corrugado com tricomas glandulares.

Mimosa tenuiflora é uma espécie pioneira e de ampla distribuição em ambientes antropizados. Além disso é uma endêmica da Caatinga e muitas vezes ocorre em populações imensas chamadas de juremal. É uma espécie forófito de Phoradendron quadrangulare.

Seus botões florais são pássaros como azulão. 

Na Paraíba está distribuída por todos os municípios onde ocorre caatinga.

Nome popular: jurema-preta, jurema preta.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Sítio de Chico Raimundo de Queiroz, Serrinha do Canto, Serrinha dos Pintos, Rio Grande do Norte, Brasil. 

Referências

-Amorim, L.D.M. de et al. Fabaceae na Floresta Nacional (FLONA) de Assú, semiárido potiguar,
nordeste do Brasil. Rodriguésia [online]. 2016, vol.67, n.1 [cited 2021-04-22], pp.105-124.
 
-Barneby, R.C. 1991. Sensitivae censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65:1-835.    

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Dutra, V.F.; Morim, M.P. Mimosa in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 09 Mai. 2015

-Dutra, V.F.; Morales, M.; Jordão, L.S.B.; Borges, L.M.; Silveira, F.S.; Simon, M.F.; Santos-Silva, J.; Nascimento, J.G.A.; Ribas, O.D.S. 2020. Mimosa in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB18874>. Accessed on: 26 Apr. 2021

-Lewis, G., Schrire, B., Mackinder, B., Lock, M. 2005.  Legumes of the world. Royal Botanic  Gardens, Kew, 577p.

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Poiret, J.L.M. 1810. Encyclopédie Méthodique. Botanique ... Supplément 1(1): 82. 

-Lima, J.R. & Mansano, V.F. (2011) A família Leguminosae na Serra de Baturité, Ceará, uma área de Floresta Atlântica no semiárido brasileiro. Rodriguésia 62: 563–613.

-Matos, S.S., Melo, A.L.; & Santos-Silva, J. 2019. Clado Mimosoide (Leguminosae-Caesalpinioideae) no Parque Estadual Mata da Pimenteira, Semiárido de Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 70, e01902017. Epub March 18, 2019. https://doi.org/10.1590/2175-7860201970007

-Nascimento, J.B.S., A.L.S. Sales, e E.B. Souza. 2020. “Potencial de uso de leguminosas emuma área de mata atlântica na APA da bica do Ipu, Ceará.” Em Agricultura e desenvolvimento tecnológico no semiárido Publisher: Proex uva, por UVA, 215-230. Sobral: Proex-UVA. 

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Rodrigues E.M.; Queiroz, R.T.; Silva, L.; Monteiro, F.K.S.; Melo, J.I.M. 2020. Fabaceae em um afloramento rochoso no Semiárido brasileiro. Rodriguésia [Internet]. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071025.

-Silva, J.S. and Sales, M.F. 2008. O gênero Mimosa (Leguminosae-Mimosoideae) na microrregião do Vale do Ipanema, Pernambuco. Rodriguésia [online]. vol.59, n.3 [cited 2021-04-26], pp.435-448.

-Santos-Silva et al. (2015) Revisão taxonômica das espécies de Mimosa ser. Leiocarpae sensu lato (Leguminosae - Mimosoideae). Rodriguésia 66: 95–154. http://dx.doi.org/10.1590/2175-
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-Sousa, E.E.; Queiroz, R.T.; Pereira, M.S. 2021. Mimosa L. (Fabaceae) in Cachoeira dos Índios, Paraíba, Brazil. Acta Brasiliensis, [S.l.], v. 5, n. 1, p. 35-43, jan. ISSN 2526-4338. https://doi.org/10.22571/2526-4338334

-Willdenow, C.L. von1806. Species Plantarum. Editio quarta 4(2): 1088


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