segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fabaceae - Crotalaria stipularia Desv.

Bráctea linear, flor pedicelada, cálice campanulado, bilabiado (f. 1)
Corola papilionácea, estandarte reflexo, alas oblongas quilha falcada (f. 2)
Cálice bilabiado, hispido, lanceolado, estandarte estriado (f. 3)
 Ramo (f. 4) 
 Lamina foliar (f. 5)
 Folha simples, ovada, ápice mucronado, margem inteira, base obtusa (f. 6)
 Face adaxial híspida (f. 7)
 Caule alado, híspido (f. 8)
Alas oblongas (f. 9)
 Quilhas soldadas, falcado, ovado (f. 10)
 Androceu monadelfo, anteras dimórficas, lineares e esféricas (f. 11)
Filete longo, seríceo (f. 12)
Caule alada, com ala fundida a estípula, pedúnculo curto, cilíndrico,  híspido  (f. 13)
Face abaxial serícea (f. 14)
Inflorescência axilar, pedúnculo longo (f. 15)
Cálice tubuloso, bilabiado, seríceo, corola papilionácea, estandarte patente, obovado (f. 16)
Folha simples, elíptica-ovada, caule alado (f. 17)
Legume típico, inflado, cálice persistente (f. 18)
Cálice persistente e estilete persistente no fruto, legume inflado (f. 19)
 Legume plurisseminado (f. 20)
 Valvas coriáceas, lisas (f. 22)
Semente imaturas, reniformes (f. 23)
Fruto e sementes hemicordiforme, testa lisa, castanha (f. 24)

Leguminosae, Papilionoideae, Crotalarieae (Benth.) Hutch 1964, Crotalaria L., seção Calycinae   ca. 690 espécies  (Lewis et al. 2005).


No Brasil ocorrem 42 espécies das quais 19 são endêmicas (Flores 2022).

Subarbusto ereto ou decumbente; ramos glabros ou indumentados, inerme. Filotaxia alterna, espiralada. Estípulas 2, laterais, livres ou adnato ao ramo, caduca ou persistente. Folha simples ou palmada, uni ou trifolioladas, peciolada ou séssil, glabra ou indumentada. Inflorescência axilar ou terminal, racemo. Flor pedicelada, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice campanulado, bilabiado, lobos 5, verde; corola papilionácea, pétalas 5, unguiculadas, amarelas ou laranjas, estandarte com estrias ou guia de néctar, alas livres, quilhas adnatas; androceu monadelfo, estames 10, filetes curtos, anteras heteromorfas, 5 orbiculares, 5 oblongas, rimosas; ovário estipitado ou séssil, pluriovulados, glabro ou piloso. Legume oblongo a linear, cilíndrico, inflado. Sementes reniformes, lisas, castanho.


Crotalaria stipularia Desv., Journal de Botanique, Appliquée à l'Agriculture, à la Pharmacie, à la Médecine et aux Arts 3: 76. 1814.


Crotalaria se carateriza por apresentarem plantas não glandulosa. Ovário não comprimido. estilete gemiculado, barbado ou pubescente na face interna. Legume inflado ou turgido  (Barroso 1991).

Folha não adpressa ao ramo; ala internodal largo-decorrente, ápice falcado; pedúnculo da inflorescência 2-9 compr.; racemo internodal (Filliettaz 2002).

Planta subarbustiva, erecta, ca. 30 cm alt.; caule cilíndrico, pouco ramificado, ramos jovens, alados, indumento serício, rufo ou cinéreo. Estípulas 2, lanceolada. Filotaxia alterna, espiralada. Folha simples, subséssil, elíptica-ovada, ápice obtuso, mucronado, margem inteira, base obtusa, folha discolor, vilosa, membranácea, híspida. Inflorescência axilar, racemo, pedúnculo 3 x maior que a parte florífera, bráctea estreitamente-triangular. Flor pequena, pedicelada, monoica; cálice campanulado, lacínio lanceolados; corola papilionácea, pétala 5, unguiculada, amarela; estandarte obovado, estriado; alas oblongas, livres, quilhas conadas, ovado-falcado, alva; androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu 1, ovário súpero, pluriovulado, estilete longo, falcado,  piloso; estigma puntiforme. Fruto legumes típico, oblongo, serício, inflado, sépalas persistentes. Semente diminutas, hemicordada, testa lisa.

Comentário
Esta espécie tem folha simples, caráter pouco frequente em Fabaceae, a estípula forma uma ala que percorre todo o caule, pode ocorrer em outras espécies ex. C. paullina, no entanto o fruto e as sementes são menores em C. stipularia.
Apresenta ampla distribuição em ambientes de Mata Atlântica, habitando as bordas da mata.
Na Paraíba ocorre abundantemente nos Bancários no início e fim das três Ruas.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Barão Geraldo, avenida do Contorno, Campus 1, UFPB, João Pessoa, Paraíba e Campinas, São Paulo, Brasil.

Determinadora: Andréia Silva Flores

Nome popular: xique-xique

Referências

-Barroso, G.M. Sistemática de Angiospermas do Brasil. UFV. Viçosa. 1991. 377p. v2.
-Bentham, G. 1859. Leguminosae. Papilionaceae. In: Martius, C.F.P.; Endlicher, A.C. & Urban, J. (eds.). Flora Brasiliensis 15(1): 17-32.

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Fillietaz, A. M. 2002. Estudos taxonômicos de espécies de Crotalaria sect. Calycinae  Wight & Arn. (Leguminosae-Papilionoideae Crotalarieae) no Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas.Campinas.

-Flores, A.S. 2004. Taxonomia, números cromossômicos e química de espécies de Crotalaria L. (Leguminosae-Papilionoideae) no Brasil. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

-Flores, A.S. Crotalaria in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB22902>. Accessed on: 17 Oct. 2022

-Flores, A.S. 2020. Crotalaria in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82989>. Accessed on: 07 May 2021

-Flores, A.S. 2015. Crotalaria in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

-Flores, A.S. & Miotto, S.T.S. 2001. O gênero Crotalaria L. (Leguminosae-Papilionoideae) na Região Sul do Brasil. Iheringia, série Botânica 55: 189-247.

-Flores, A.S. 2004. Taxonomia, números cromossômicos e química de espécies de Crotalaria L. (Leguminosae-Papilionoideae) no Brasil. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) - Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Rodrigues, I.M.C., & Garcia, F.C.P. 2008. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais, Brasil: ervas, subarbustos e trepadeiras. Hoehnea, 35(4), 519-536. https://doi.org/10.1590/S2236-89062008000400004



Exsicatas


Herbário P

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Fabaceae - Mimosa pudica L. - maliça -

Inflorescência glomérulo, estames livres, filetes longos, rosa, anteras amarelas (f. 1)
Frutos craspédio, planos, armados, folha com movimento nástico (f. 2)
Planta prostrada, inflorescências axilares, folha bipinada (f. 3)
Ramo pouco difuso, folha bipinada, folíolos 4, séssil, oblongos (f. 4)
               Brácteas lanceoladas, ramo híspido (f. 5)          
Folha bifoliolada (f. 6)
 Folha tetrafoliolada (f. 7)
Glomérulos  (f. 8)
Subarbusto decumbente  (f. 9)
Flores sésseis  (f. 10)
Filetes longos  (f. 11)
Craspédios armados  (f. 12)


Leguminosae,  Mimosoideae,  Mimoseae, sect. Mimosa, serie Pudicae, subserie   Pudicae   (Barneby 1991). 490-510 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 358 espécies das quais 265 são endêmicas (Dutra e Morim 2015).

Mimosa L.

Erva, arbusto, árvore ou trepadeira, armadas ou inermes. Estípula caduca ou persistente. Folhas alternas, bipinadas. Inflorescência axilar, espiga ou glomérulo. Flores sésseis, hipóginas, actinomorfas, tubulosas; cálice gamossépalo; corola gamopétalas, androceu dialistêmone, diplo ou isostêmones, estames com filetes vistosos; gineceu 1 pistilo. Fruto tipo craspédio.


Mimosa pudica L., Species Plantarum 1: 518. 1753.

Planta subarbustiva, decumbente; ramo pouco difuso, laxo, cilíndrico, híspido, armado, vinho. Estípula 2, estreitamente-triangular, estriada. Filotaxia alterna, dística. Folha bipinada, palmada, 2 pares de juga, oblongos; foliólulos múltiplos, oblongo, ápice mucronado, margem inteira, base assimétrica, pecíolo menor que o comprimento do folíolo, híspido, raque ausente. Inflorescência axilar, glomérulo, pedúnculo com comprimento igual ao do pecíolo. Flor séssil, monoica; cálice campanulado, 4 lacínios, corola tubulosa, 4 lobos, rosa; androceu dialistêmone, filetes longos, rosa, antera amarela, dorsefixa, rimosa; gineceu monocarpelar, pluriovulado, piloso. Fruto craspédio, plano, linear, armado.              

  
Comentário

Esta espécie é facilmente reconhecida pelo hábito decumbente, armada, folha bipinada, palmada, os frutos são armados.

Na Paraíba foi encontrada no município de Areia, Campus I.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Barão Geraldo, Campinas, São Paulo, Brasil.

Referências

-Barneby, R.C. 1991. Sensitivae censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65:1-835.    

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Dutra, V.F.; Morim, M.P. Mimosa in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 09 Mai. 2015

-Dutra, V.F.; Morales, M.; Jordão, L.S.B.; Borges, L.M.; Silveira, F.S.; Simon, M.F.; Santos-Silva, J.; Nascimento, J.G.A.; Ribas, O.D.S. 2020. Mimosa in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB18874>. Accessed on: 26 Apr. 2021

-Lewis, G., Schrire, B., Mackinder, B., Lock, M. 2005.  Legumes of the world. Royal Botanic  Gardens, Kew, 577p.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.


 

Exsicatas

Herbário K 00791072