terça-feira, 29 de outubro de 2013

Fabaceae - Inga thibaudiana DC.

Inflorescência espiga (f. 1)
Formiga forrageando num nectário (f. 2)
Botões clavados (f. 3)
Inflorescência axilar (f. 4)
Flores maduras e secas (f. 5)
Nectários ativos em folhas jovens (f. 6)
 Estames com filetes longos, brancos (f. 7)
 Flor com tubo longo (f. 8)
 Corola com 5 pétalas (f. 9) 
 Fruto baga longa (f. 10)
Baga plana (f. 11)
 Fruto baga (f. 12)
Sementes oblongas, coberta por arilo branco (f. 13)

Leguminosae, Mimosoideae, Ingeae, Inga Mill., Seção Multijugae 300 espécies. (Lewis et al. 2005, Pennington 1997).

No Brasil são encontradas 131 espécies das quais 51 são endêmicas (Garcia 2020).

Inga Mill.

Árvore, ramo inerme, estípula presente. Folha paripinada, raque alada ou não, glândulas presentes. Inflorescência espiga ou racemo. Flor séssil ou pedicelada, pentâmeras, actinomorfa, monoclina, hipógina, polistêmone, cálice gamossépalo, corola gamopétala, androceu monadelfo, gineceu simples, ovário séssil, pluriovulado. Fruto baga; semente com arilo.


Árvore com cerca de 20 m de altura, tronco não ramificado, copa fechada; ramos longos, cilíndricos, lenticelados, inermes, rufo-tomentuloso. Estípulas caducas. Folhas compostas, paripinada, 4-5 pares de juga; raques não alada, longa, glândulas sésseis, concavas; folíolos oblongo-elípticos, ápice cuspidado, margem inteira, base assimétrica, face adaxial glabra, abaxial tomentosa, com nervação expressa, discolores, coriáceo. Inflorescência axilar, espiga longo-pedunculada. Botão clavado. Flores sésseis, tubulosas; cálice tubuloso, curto, esverdeado, lacínios 5, inconspícuos; corola tubulosa, 5, lobos triangulares, reflexo, amarelo; androceu 10+n, estames unidos na base por um tubo branco, filetes parte livre longos; gineceu 1, ovário séssil, pluriovulado. Fruto baga, linear, plana, tomentuloso. Sementes numerosas, oblongas, hilo central, envolvidas por um arilo branco, doce.

Comentário
Espécie fácil de ser reconhecida por apresentar folhas com raque não alada, folíolos tomentuloso, discolor, frutos longos, planos, tomentuloso.
Na Paraíba ocorre em todos os remanescentes de Mata Atlântica, muito comum no Campus I da UFPB em João Pessoa.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Campus I, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil


Referências

-Bentham, G. 1876. Inga thibaurdiana. Flora Brasiliensis 15(3): 480.

-Chagas, A.P., Garcia, F.C.P. and Dutra, V.F. Flora of Espírito Santo: Inga (Fabaceae, Mimosoid clade). Rodriguésia [online]. 2022, v. 73 [Accessed 13 May 2022] , e00442021. Available from: <https://doi.org/10.1590/2175-7860202273017>. Epub 07 Mar 2022. ISSN 2175-7860. https://doi.org/10.1590/2175-7860202273017.

-De Candolle. 1825. Prodromus Systematis Naturalis Regni Vegetabilis 2: 434–435. 

-Garcia, F.C.P.; Fernandes, J.M. Inga in Lista de espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2015.

-Garcia, F.C.P., Bonadeu, F. 2020. Inga in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (https://floradobrasil2020.jbrj.gov.br/FB22990).

Garcia, F.C.P.; Bonadeu, F. Inga in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB23033>. Accessed on: 20 May 2022

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Mata, M.F. O gênero Inga (Leguminosoe, Mimosoideae) no Nordeste do Brasil: citogenética, taxonomia e tecnologia de sementes. 2009. 183 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2009.

-Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga. Botany. Royal Botanical Garden. p. 844.

-Vasconcelos, G.C.L. A Tribo Ingeae Benth. (Mimosoideae, Leguminosae) no Estado da Paraíba - Brasil. 2014. 87f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2014.

Coleção usada pelo Bentham (K)


Exsicatas

Herbário P

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Fabaceae - Dioclea virgata (Rich.) Amshoff

 Corola papilionácea, pétalas unguiculadas, estandarte patente, com calo na base e mancha escura acima do calo (f. 1)
 Alas livres, ovadas (f. 2)
 Pseudorracemo longo, flores pediceladas, cálice campanulado, com lacínios triangulares (f. 3)
 
 Inflorescência multiflora (f. 4)
Raque cilíndrica (f. 5)
 Estandarte ovado, patente, alas livres (f. 6)
 Alas extraídas, quilha obovada falcada, unidas, margem superior fimbriada (f. 7)
 Cálice campanulado, lacínios 4, quilha unida, estriada (f. 7)
 Cálice bilabiado (f. 8)
 Dois lacínios unidos, estrias e máculas no tubo do cálice (f. 9)
 Quilha unida (f. 10)
 Androceu pseudomonadelfo (f. 11)
 Androceu envolvendo o gineceu, anteras isomórficas (f. 12)
ovário linear, seríceo, estilete liso, estigma capitado (f. 13)
 Flores com estandarte orbicular, lilás com parte violeta e calos na base (f. 14)
Pseudorracemo com braquiblastos curtos (f. 15)
Pseudorracemo longo (f. 16)
 Folha jovem (f. 17)
Folha composta trifoliolada (f. 18)
 Frutos legume, plano (f. 19)
Fruto plano com valva superior, levemente alada (f. 20)
Comprimento do fruto, indumento rufo, híspido (f. 21)
Sementes oblonga, hilo horizontal (f. 22) 
Sementes na vagem (f. 23)

Leguminosae-Papilionoideae, Phaseoleae, Dioclea Kunth. ca 60 spp. (Lewis et al 2005)

No Brasil ocorrem 32 espécies das quais 15 são endêmicas (Queiroz 2015).

Dioclea Kunth.

Liana volúvel, ramo cilíndrico, tricoma presente, inerme. Estípulas basifixas ou medifixa. Filotaxia alterna-espiralada. Folha trifoliolada, folíolos obovados, elípticos, ovados, ápice agudo, margem inteira, base assimétrica, face adaxial tricoma presente ou ausente, face adaxial com tricoma, raque menor que o pecíolo. Inflorescência axilar, pseudorracemo, brácteas inconspícuas. Flor pedicelada ou séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice tubuloso, lobos 5; corola papilionácea, pétalas dialipétalas, estandarte reflexo ou não, alas livres, quilha adnata, as vezes cocleada. androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu unicarpelar, unilocular, ovário séssil, pluriovulados.  Legume típico, linear, plano, margem reta ou ondulada, valvas lenhosas, rufas. Sementes numerosas, testa lisa, hilo linear.


Dioclea virgata (Rich.) Amshoff, Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteit te Utrecht 52: 69. 1939.

Basiônimo: Dolichos virgatus Rich., Actes de la Société d'Histoire Naturelle de Paris 1: 111. 1792.

Descrição
Liana; ramos lignosos, cilíndricos, estrigiloso, escuros. Estípulas inconspícuas. Folhas compostas, trifolioladas; folíolos basais elípticos-ovados, terminal elíptico-obovado, ápice suavemente cuspidado, margem inteira, base nos basais arredondada, assimétrica, no apical cuneado, face abaxial e adaxial estrigilosos, membranácea, nervuras expressas na face abaxial. Inflorescência axilar, pseudorracemo, longos, escuros. Botões falcados. Flores grandes, pedicelada, monoica; cálice campanulado, dentes 5, triangulares; corola 5, pétalas unguiculadas, lilases; estandarte largo orbicular, reflexo, com uma mancha violeta no centro, calos na base; alas elípticos-falcadas; quilha com margem superior fimbriada; androceu diadelfo, anteras elípticas, rimosas, dorsifixas; gineceu ovário não estipitado, densamente estrigoso, oblongo; estilete longo, estigma puntiforme. Frutos legume típico, plano, margem da valva superior com uma pequena proeminência alariforme, estrigoso, ocráceo, valvas lignosas. Sementes achatadas, oblongas, marmoradas, hilo oblongo, largamente horizontal.

Comentários

É uma espécie que é encontrada em ambientes de mata presente em todos os fragmentos de mata na região litorânea da Paraíba, não adentrando o sertão.

Facilmente reconhecida pela flor com as alas elípticas, e a quilha fortemente fimbriada no ápice, os frutos plano e as sementes marmoradas são completamente distinta das demais espécies.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz - Campus I - UFPB

Etimologia: nome dado por Kunth em homenagem a Diocles de Caristo, médico Grego.

Referências

-Barroso, G.M. Sistemática de Angiospermas do Brasil. UFV. Viçosa. 1991. 377p. v2.

-Costa, R.K.A.; Queiroz, R.T. 2019. A tribo Phaseoleae (Leguminosae, Papilionoideae) na mata do
Buraquinho, João Pessoa, Paraíba – Brasil. In book: Serie iniciados 21. Edition: 21. Editora ufpb

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lima, J.R. & Mansano, V.F. (2011) A família Leguminosae na Serra de Baturité, Ceará, uma área de Floresta Atlântica no semiárido brasileiro. Rodriguésia 62: 563–613.

-Queiroz, L.P. Dioclea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 26 Mar. 2015


Herbários P e Reflora

domingo, 20 de outubro de 2013

Fabaceae - A New Species of Muellera (Millettieae, Leguminosae) from Brazil

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fabaceae - Arachis prostrata Benth.

















Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae, Arachis L. 1753, seção Extranervosae Krapov. e Greg. 80 espécies  (Valls e Simpson 2005).
No Brasil ocorrem cerca de 65 espécies das quais 47 são endêmicas (Valls 2015).


Plantas perenes ou anuais; herbáceas decumbentes ou eretas; ramos glabros ou indumentado. Estípulas 2, adnata ao pecíolo. Folha tri-tetrafoliolada; folíolos lanceolados, lineares, obovados, oblanceolado, ovados, orbiculares, ápice agudo, retuso, mucronado, margem inteira ou ciliada, base assimétrica, face adaxial glabra ou recoberta de indumento, face abaxial glabra ou com indumento, membranácea, pecíolo maior que a raque. Inflorescência axilar, espiciforme, botão ovado ou falcado. Flor séssil, hipanto linear, zigomorfa, monoclina, hipógina, cálice brevi-campanulado, bilabiado, 4-5 lobos; corola papilionácea, unguiculada, amarela, estandarte patente, orbicular, ovado, oblato, alas livres, quilha fundida, androceu monadelfo, anteras heteromorfas; ovário séssil, pauciovulado, estilete longo. Fruto lomento, geocárpico, navicular, oblongo, cristado ou liso, mesocarpo macio. Sementes 2-4 por lomento, testa lisa, mole.


Arachis prostrata Benth., Transactions of the Linnean Society of London 18: 159. 1841.

Planta herbácea. Decumbente. Folhas 2 pares de folíolos com face superior glabra. Estípulas sem nervação evidente. Inflorescência espiga. Flores com hipanto bem desenvolvido, laranjas. Estandarte com guias de néctar vermelhos. Alas bem desenvolvidas. Frutos geocárpicos.

Planta comum no Cerrado.

Comentários

Espécies muito próxima de A. lutescens, sendo distinta pelo formato do folíolo. Folhas mais arredondadas em A. prostrata e mais alongadas em A. lutescens.

Espécie extremamente semelhante a A. burchellii, sendo distintas apenas pela ausência ou presença de indumento na face superior. A. burchellii tem indumento na face superior em A. prostrata não.
Esta espécie pode ser confundida ainda com A. macedoi e A. setinervosa...
Em A. macedoi os folíolos alongados e glabros em A. setinervosa os tricomas estão presentes na margem do folíolo.

Coleção da Embrapa Cenargen

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Referências

-Arachis in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB29456>. Accessed on: 14 May 2021

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Krapovickas, A. & Gregory, W.C. 1994. Taxonomy del genero Arachis (Leguminosae). Bonplandia 8 (1-4): 1-186. 1994.

-Valls, J.F.M. Arachis in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

-Valls J.F.M, Simpson, C.E. 2005. New species of Arachis L. (Leguminosae) from Brazil, Paraguay and Bolivia.  Bonplandia (Argentina) 2005, 14:35-64.

Exsicatas.

Hrerbários P e  Reflora