Mostrando postagens com marcador Caesalpinioideae. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Caesalpinioideae. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Fabaceae - Chamaecrista flexuosa (L.) Greenes

Flor grande, pétalas unguiculadas, amarelas, estames pequenos, anteras lineares, deiscência poricida (f. 1)
Flor zigomorfa, pétalas obovadas (f. 2)
Caule fraxiniforme, flores isoladas (f. 3)
Cálice lanceolado, dimórfico, com estrias vermelhas (f. 4)
Flor longo-pedicelada (f. 5)
Ovário linear, seríceo, estilete curto (f. 6)
Corola concava (f. 7)

Estípula cordiforme, folha composta (f. 8)
Frutos pedicelados (f. 9)
Flor longo-pedicelada, pilosa, axilar (f. 10)
Caule fractiflexo (zig-zag) (f. 11)
Estípula cordiforme, margem ciliada (f. 12)
Folha composta, folíolos oblongos (f. 13)
Nectários sésseis, distribuído no pecíolo e na raque (f. 14)
Nó com frutos e folhas (f. 15)
Folíolos oblongos, ápice agudo, mucronado (f. 16)
Fruto plurisseminado (f. 17)
Semente quadrada, testa lisa (f. 18)
Cálice isomorfo, sépalas livres, ovado-lanceolado (f. 19)
Verticilos reprodutivos, androceu e gineceu, anteras amarelas (f. 20)
Pedicelo híspido, botão ovado (f. 21)
Fruto linear, plano (f. 22)
Leguminosae, Caeslapininioideae, Casseae, Cassinae, Chamaechista Moench, Sec.: Chamaecrista, serie Flexuosae (Irwin e Barneby 1982). ca 330 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 256 espécies, das quais 207 são endêmicas (Souza e Bortoluzzi 2015).

Chamaecrista Moench.

Árvores, arbustos, ervas ou subarbustos, ramos cilíndricos, inerme, glabro ou indumento tector ou glandular. Estípulas laterais, basifixas. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folhas paripinadas, bi-tetra-hexa-plurifolioladas, nectário presente no pecíolo ou raques, glândula côncava, estipitada ou séssil. Inflorescências terminais ou axilares, cimosas ou racemos. Flores monoclinas, hipóginas, zigomorfas, diclamídeas, pediceladas, bractéolas 2; cálice dialissépalo, sépalas 5, heteromorfas; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas heteromorfas, amarelas; androceu homo ou heteromorfo, estames 5-10, anteras com sutura lateral, lanceoladas. Legumes pluriespermados, plano-compressos, lineares, valvas coriáceas com deiscências elásticas. Sementes com testa lisa, castanho ou enegrecido, hilo basal.

Chamaecrista flexuosa (L.) Greene, Pittonia 4(20D): 27. 1899.

Basiônimo: Cassia flexuosa L., Species Plantarum 1:379–380. 1753.

Planta subarbustiva, 50 cm de altura, decumbente; ramo fractiflexo, cilíndrico, estriado, piloso, inerme. Estípulas 2, ovadas, ápice acuminado, mucronado, base cordada, persistente. Folha composta, paripinada, multijuga, folíolos oblongos, ápice agudo-mucronado, margem inteira, base assimétrica, face adaxial e abaxial glabrescente, pecíolo 10x menor que a raque, pecíolo caniculado com nectários, estes presentes na raque também; nectários concavos, sésseis, escuros. Inflorescência axilar, cimosa; pedicelo longo, bractéolas 2; botão ovado. flores longo pedicelada, pequenas, monoica; cálice dialissépalo, sépalas 5, isomorfas, ovado-lanceoladas; corola dialipétalas, pétalas 5, unguiculadas, amarelas, obovadas; androceu 10, estames 10, livres, heteromórficos, filete curto, antera longa, falcada, amarela, deiscência poricida; gineceu 1, ovário súpero, pluriovulado, serício, cinéreo, estilete curvado, glabro. Fruto legume, linear, plano, castanho. Semente numerosas, quadrada, testa lisa, hilo marginal.

Comentário 

Esta espécie é muito fácil de ser reconhecida por apresentar caule em zig-zag, fino, lingoso, estípulas ovada, base cordada e ápice agudo, folhas multijuga, mais de 10 pares de folíolos.
Na Paraíba ocorre principalmente nos terrenos baldios.


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Universidade Federal da Paraíba, Campus I, João Pessoa, Paraíba, Brasil.

Referências
 
-Irwin, H.S. e Barneby, R.C.1982.  Memoirs of the New York Botanical Garden 35: 720.
-Lewis, G. P., Schrire, B., Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the word. Royal Botanic Gardens, Kew
-Queiroz, R.T.; Souza, B.I. e Borges Neto, I.O. 2020. Guia de Angiospermas dos Campos dos Areais do Sudoeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora compasso lugar-cultura.
-Queiroz, R.T. & Loiola, M.I.B. 2009. O gênero Chamaecrista Moench (Caesalpinioideae) em áreas do entorno do Parque Estadual das Dunas de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Hoehnea 36: 725-736.
-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.
-Rando, J.G.; Cota, M.M.T.; Conceição, A.S.; Barbosa, A.R.; Barros, T.L.A. 2020. Chamaecrista in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82893>. Accessed on: 21 Apr. 2021
-Souza, V.C.; Bortoluzzi, R.L.C. Chamaecrista in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in:  . Access on: 08 Mar. 2015


MO, Reflora



segunda-feira, 11 de maio de 2015

Fabaceae - Erythrostemon calycinus (Benth.) L.P. Queiroz

 Flor com pétalas unguiculadas, pétalas obovada, filetes longos, base com tricoma (f. 1)
Inflorescência tipo racemo, botões ovados coberto por tricoma glandular (f. 2) 
Filetes longos, anteras elípticas, marrom (f. 3) 
 Fruto legume, plano, arqueado, pedicelo curto (f. 4)
Filotaxia alterna, folha composta, bipinada (f. 5)

Leguminosae, Caesalpinioideae, Caesalpinieae, Erythrostemon Klotzsch

No Brasil ocorrem 2 espécies das quais 1 é endêmica (Lewis 2015). 

Erythrostemon calycinus (Benth.) L.P.Queiroz, Leguminosas da Caatinga. 120-121. 2009.
Basiônimo: Caesalpinia calycina Benth., Flora Brasiliensis 15(2): 71. 1870.

Planta arbustiva; ramo cilíndrico, inerme, com lenticelas, parte jovem coberta de tricomas glandulares. Estípulas oblongas, membranácea, caduca. Filotaxia alterna, espiralada. Folha composta, bipinada, 5 pares de juga; folíolos oblongos; foliólulos 10-12 pares de juga, oblongos, ápice arredondado, margem inteira, base arredondada, raque com entumescimento na base dos folíolos, coberta por glândulas, articulada, 3 vezes maior que o comprimente do pecíolo. Inflorescência terminal ou axilar, racemo laxo. Pedúnculo longo maior que o comprimento da folha. Botão ovado, falcado.  Flor grande, pedicelada, monoica; hipanto curto; cálice 5, livre, lobos lanceolados-falcados, coberto por glândulas rufas; corola 5, pétala unguiculadas, oblongas, amarelas, quilha menor; androceu 10, estames com filete longo, com tricoma brancos na base, anteras elípticas, marrons, rimosas, dorsifixa; gineceu 1, ovário séssil, pluriovulado, estilete fino, estigma puntiforme, verde. Fruto legume, oblongo-obovado, valvas lenhosas, coberta por glândulas rufas.

Comentário

Segundo (2009) Queiroz é uma espécie endêmica de Caatinga, conhecida apenas no estado da Bahia e de uma pequena área sul do Pernambuco.

FotosHelen Ayumi Ogasawara, Bahia, Brasil

Referência

-Bentham, G. 1870. Flora Brasiliensis 15(2): 71. 

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Gagnon, E.; Bruneau, A.; Hughes, C.E.; de Queiroz, L.P.; Lewis G.P. 2016. A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae). PhytoKeys 71: 1–160. doi:10.3897/phytokeys.71.920.

-Lewis, G.P. 2015. Erythrostemon in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB109823>.

-Lewis, G.P. 1998. A revision of the Poincianella-Erythrostemon Group. Royal Botanic Gardens, Kew. 233p.

-Oliveira, F.G.; Queiroz, L.P. 2020. Erythrostemon in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB109823>. Acesso em: 28 May 2021

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. 1. ed. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana. v. 1. 443 p.



quarta-feira, 6 de maio de 2015

Fabaceae - Cenostigma nordestinum Gagnon & G.P. Lewis - catingueira -

Flor amarela, pétalas unguiculadas, oblongas, estames com filetes longos (f. 1)
Vista lateral, pétalas reflexas, botão ovado (f. 2)
Inflorescência racemo, congesta (f. 3)
Folha composta, bipinada, foliólulos oblongos, elípticos (f. 4)
Panícula de racemos (f. 5)
Visitantes florais, abelha mamangava coletando néctar no nectário floral (f. 6)
Visitantes florais, abelha mamangava coletando néctar no nectário floral, flores com estandarte apresentando guia de néctar vermelho (f. 7)
Inflorescência com flores e botões (f. 8)
Panícula congesta, apresentando frutos (f. 9)
Fruto legume plano, oblongo (f. 10)
 Semente obovada (f. 11)
Plântula (f. 12)
Leguminosae, Caesalpiniodeae, Caesalpineae, Cenostigma  Tul. 18 espécies (W3tropicos 2021).

No Brasil ocorrem 7 espécies das quais 5 são endêmicas (Lewis 2015).

Cenostigma  Tul.

Árvore, ramo inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna espiralada. Folha bipinada ou imparipinada, nectário ausente, nervação broquidódroma, pecíolo menor que a raque. Inflorescência racemo ou panícula, terminal. Flor pedicelada, zigomorfa, pentâmera, monoclina, hipógina, cálice dialissépalo, corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, androceu dialistêmone, estames 10, anteras rimosas; gineceu simples unicarpelar, unilocular, ovário súpero, pluriovulado. Fruto legume, linear, plano-achatado.

Cenostigma nordestinum Gagnon and G.P. Lewis, PhytoKeys 71: 90. 2016.

BasiônimoCaesalpinia gardneriana Benth., Flora Brasiliensis 15(2): 68. 1870. Tipo: – BRASIL, Piauí, entre Boa Esperança e Praia Grande, 1829, Gardner 2148 (Síntipo: K imagem!).

Sinônimo: Poincianella gardneriana (Benth.) L.P.Queiroz

Planta arbórea com 3 m alt.; tronco retorcido, cilíndrico, cinza, destacando placas; copa aberta; ramo difuso, cilíndrico, lenticelado, cinza, quando jovens folhas e ramo vinho, inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna, dística. Folha grande, composta, bipinada, folíolos 3-5, foliólulos 5-11, alternos, ovado, obovado, elíptico, oblongo, ápice arredondado-retuso, redondo, margem inteira, base aguda, truncada, face adaxial glabra, viridescente, face abaxial glabra, nervura expressa, coriáceo, raque com comprimento igual ao do pecíolo. Inflorescência terminal, racemo ou panícula laxa, tomentulosa, rufo. Bráctea pequena, estreito-ovado, caduca. Botão clavado-ovado, tomentuloso, castanho, prefloração imbricada. Flor pequena, longe-pedicelada, zigomorfa, monoclina; pedicelo articulado 1/3 da base; hipanto campanulado, curto; cálice dialisépalo, sépalas 5; corola dialipétalas, pétalas 5,  unguiculadas, amarelas, reflexas, obovado-oblongo, carena ascendente, com guia de néctar vermelho; androceu dialistemone, estames 10 com filetes longos, com tricomas da base até 1/3 do ápice, antera elíptica, dorsefixa, rimosa, amarela; gineceu 1, ovário séssil, oblongo, pluriovulado, estilete longo, estigma puntiforme, verde. Fruto legume, deiscente, plurisseminado, oblongo, plano, valvas lenhosas. Semente orbicular, plana, testa lisa.


Comentários

Cenostigma é um gênero que se carateriza pelo hábito arbóreo, estípulas caducas, folhas bipinadas, inflorescência racemo ou panícula, flores com pedicelo articulado, zigomorfa, monoclina, hipógina, filetes longos, antera rimosa e legume típico com valvas lignosas.
Cenostigma nordestinum tem como basiônimo Caesalpinia gardneriana, posteriormente foi sinonimizada como Poincianella gardnerianum por (Queiroz 2009), porem recentemente estudos um estudo filogenético realizado por (Gagnom 2016) propôs que as espécies de Poincianella brasileiras fossem circunscritas em Cenostigma. O problema taxonômico é que já havia uma espécie em Cenostigma com o epíteto gardneriana, desta forma aqueles autores propuseram um novo nome para a espécie que passou a se chamar Cenostigma nordestinum.
Espécie afim de Cbracteosum, mas distinta pelas flores muito menores e brácteas mais estreitas (Bentham 1860).
 Um dos grandes problemas que se encontra nas espécies que são conhecidas como catingueiras é sua determinação. O que se conhece como catingueira pode ser atribuído a três espécies de CenostigmaC. bracteosumC. nordestinum e C. pyramidale. Os caracteres usados para delimitar as espécies são reprodutivos, dessa forma de difícil delimitação quando  vegetativa. Queiroz (2009) em sua excelente obra Leguminosas da caatinga delimita estas a partir da articulação do pedicelo e o comprimento do hipanto. Onde C. pyramidale apresenta pedicelo articulado próximo a base do pedicelo ou seja, abaixo da metade do comprimento enquanto as demais tem articulação próximo ao ápice do pedicelo. Este estado de caráter é compartilhado por C. bracteosum C. nordestinum, tendo a primeira bráctea ovada enquanto a segunda brácteas estreito-ovadas. 

Espécie é polinizado por grandes abelhas de mamangava. 
Na Paraíba é amplamente distribuída no Cariri, fotografado na fazenda Almas em São José dos Cordeiros, Cabaceiras.

Nome popular: catingueira, catingueira de porco


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Jardim Botânico, Universidade Federal, João Pessoa, Paraíba, Brasil



Referências


-Barroso, G. M. 1965. Leguminosas da Guanabara. Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 18: 109–177.

-Bentham, G. 1870. Flora Brasiliensis 15(2): 68.

-Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4): 1085–1113.

-Córdula, E., Morim, M.P., & Alves, M. 2014. Morfologia de frutos e sementes de Fabaceae ocorrentes em uma área prioritária para a conservação da Caatinga em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 65(2), 505-516. https://doi.org/10.1590/S2175-78602014000200012

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.

-Gaem, P.H. 2020. Cenostigma in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB605732>. Accessed on: 25 Apr. 2021

-Gagnom, E.; Bruneau A. , Hughes; C.E.; Queiroz, L.P. and Lewis, G.P. 2016. A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae). PhytoKeys 71: 1–160

-Lewis, G.P. Poincianella in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 06 Mai. 2015

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lewis, G.P. (1994) Systematic Studies in Noetropical Caesalpinia L. (Leguminosae: Caesalpinioideae), including a revision of the Poincianella-Erythrostemon group. University of St. Andrews, St. Andrews, 237 pp.

-Lima, J.R. & Mansano, V.F. (2011) A família Leguminosae na Serra de Baturité, Ceará, uma área de Floresta Atlântica no semiárido brasileiro. Rodriguésia 62: 563–613.

-Queiroz, L.P. (2009) Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 913 pp.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Tulasne, L.R. 1844. Archives du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 141.






segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Fabaceae - Tachigali densiflora (Benth.) L.F. Gomes da Silva & H.C. Lima

Inflorescência panícula (f.1)
Árvore de grande porte com copa ampla (f.2)
Destaque da planta entre a vegetação (f.3)
(f.4)
(f.5)
Detalhe do ramo e da estipula lobada, hirsuto-rufescens (f.6)
 Detalhe do caule lenticelado, cilíndrico(f.7)
Detalhe do Fruto (f.8)
Leguminosae, Caesalpinoideae, Caesalpinieae, Tachigali Aubl. Hist. Pl. Guiane. 1: 372, pl. 143, f. 1. 1775.
No Brasil ocorrem cerca de 58 espécies, destas 25 são nativas  (Lima 2015)

Árvore, ramo inerme. Estípula basifixa, lateral. Filotaxia alterna, espiralada. Folha paripinada, folíolos opostos, nectário ausente, nervação broquidódroma, pecíolo menor que a raque. Inflorescência panícula, terminal. Flor pedicelada, actinomorfa, pentâmera, monoclina, hipógina, cálice dialissépalo, 5, corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, androceu dialistêmone, estames 10, anteras rimosas; gineceu simples unicarpelar, unilocular, ovário súpero, estipitado, uniovulado. Fruto sâmara, séssil, elíptico, plano.


Tachigali densiflora (Benth.) L.F. Gomes da Silva & H.C. Lima, Rodriguésia 58(2): 399. 2007.

Basionym: Sclerolobium densiflorum Benth. 

 Árvore com 15 metros de altura; caule liso, lenticelado, cinza, copa densa, verde-escuro (f. 7); ramos estriados, rufo-tomentoso. Estípulas lobadas, rufas (f. 6). Folhas compostas, paripinadas, 3 pares de jugas, folíolos opostos, elípticos, base assimétrica, ápice acuminado, discolores, face superior glabra, brilhantes (viridescente), nervação expressa na face inferior. Inflorescência terminal, panícula de espigas. Flores sésseis, pequenas, cremes, sépalas,  pétalas e estiletes creme, anteras, rimosas, douradas. Fruto 4-10 x 1,5-3 cm, elíptico-oblongo, tipo sâmara (f.8). Sementes planas, 1,2 cm compr.

Comentário

Planta com crescimento rápido, com  grandes populações na mata do Buraquinho e nos fragmentos do campus da UFPB.
Dispersão do fruto pelo vento (anemocórica)
Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, UFPB, Joao Pessoa, Paraíba, Brasil.

Referências

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Gomes da Silva, L.F. e Lima, A.C. 2007. Mudanças Nomenclaturais no gênero Tachigali aubl. (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Brasil, Rodriguésia58(2): 399.

-Huamantupa-Chuquimaco, I.; Cardoso, D.B.O.S.; Cardoso, L.J.T.; Santana, J.C.O.; Simon, M.F.; Costa, J.A.S.; Lima, H.C. 2020. Tachigali in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB100914>. Accessed on: 10 May 2021

-Lima, H.C. de Tachigali in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

-Silva, L.F.G. & Lima, H.C. 2007. Mudanças nomenclaturais no gênero Tachigali (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Brasil. Rodriguésia 58 (2): 397-401.

-Van der Werff, H. 2008. A synopsis of the genus Tachigali (Leguminosae – Caesalpinioideae) in Northern South America. Ann. Missouri Bot. Gard. 95: 618–660.
 

Exsicatas

Herbário P

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Fabaceae - Chamaecrista amiciella (H.S. Irwin & Barneby) H.S. Irwin & Barneby -melosa-


 Pétalas unguiculadas com margem basal vermelha (f. 1)
 Racemo com flores amarelas, pedúnculo e cálice ovado coberto por tricomas glandulares (f. 2)
Pétalas unguiculadas, amarelas, anteras oblongas, compridas protegidas pela pétala (f. 3)
Androceu com anteras oblongas, gineceu estilete glabro, curvado (f. 4)
Anteras rimosas (f. 5)
 Indumento no estilete curvo (f. 6)
Cálice com sépalas homomórficas, corola com pétalas obovadas (f. 7)
Tricomas glandulares híspidos (f. 8)
Planta subarbustiva, tetrafoliolada (f. 9)
Espécies rupícula (f. 10)
Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae, Chamaecrista Moench, seção Absus serie Absoideae (Irwin e Barneby 1982), 330 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 256 espécies, das quais 207 são endêmicas (Souza e Bortoluzzi 2015).

Chamaecrista Moench.

Árvores, arbustos, ervas ou subarbustos, ramos cilíndricos, inerme, glabro ou indumento tector ou glandular. Estípulas laterais, basifixas. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folhas paripinadas, bi-tetra-hexa-plurifolioladas, nectário presente no pecíolo ou raques, glândula côncava, estipitada ou séssil. Inflorescências terminais ou axilares, cimosas ou racemos. Flores monoclinas, hipóginas, zigomorfas, diclamídeas, pediceladas, bractéolas 2; cálice dialissépalo, sépalas 5, heteromorfas; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas heteromorfas, amarelas; androceu homo ou heteromorfo, estames 5-10, anteras com sutura lateral, lanceoladas. Legumes pluriespermados, plano-compressos, lineares, valvas coriáceas com deiscências elásticas. Sementes com testa lisa, castanho ou enegrecido, hilo basal.



Chamaecrista amiciella (H.S. Irwin & Barneby) H.S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 35: 661. 1982.
Basiônimo: Cassia amiciella H.S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 30: 267–270, pl. 26f–h, j–l. 1978. Tipo: -BRASIL: Bahia, Queimadas; 9-11 jun 1915, Rose and Russell 19837 (holótipo: US; Isótipo: NY Imagem!)

Planta subarbustiva, prostrada, caule cilíndrico, rufo, glabrascente, ramos cilíndricos, hirsuto, com tricomas glandulares. Estípulas estreitamente-triangulares. Folhas paripinadas, 2 pares de jugas; folíolos obovados, ápice truncado, margem inteiras, base cuneada, epifilo e hipofilo glabros, pecíolo longo, hirsuto. Inflorescências terminais, racemos; botões ovoides; pedicelo longo, hirsuto; flores alaranjadas, monoicas; sépalas 5, verdes, oblongos, dorsalmente hirsuta, mucronado; pétalas orbiculadas, obovada, unguiculadas, alaranjadas, unguiculadas, base vermelha, pétala inferior se dobra cobrindo as anteras; Estames 10, filete curto; anteras oblongas, deiscência rimosa, mucronada; gineceu unicarpelar, ovário súpero, estilete longo curvo, piloso até 1/3. Fruto oblongo, legume típico, plano, hirsuto.

Comentários

Esta espécie é intimamente relacionada a Chamaecrista hispidula com relação a morfologia do hábito, tipo de indumento, inflorescência e flores, no entanto tem distribuição distinta, Ch. amiciella ocorre nas floresta secas dos semiárido nordestino, enquanto Ch. hispidula ocorre em praias e restingas daquela mesma região. Ch. amiciela apresenta uma pétala que se dobra cobrindo as anteras e um fruto menos hirsuto, fato que não ocorrem em Ch. hispidula.


Na Paraíba é econtrada em todo o Cariri, foi coletada em São José dos Cordeiros.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz - 27-10-2014, Ambiente de inselbergue, Caatinga - RPPN- Fazenda Almas - São José dos Cordeiros, Paraíba, Brasil.

Referências

-Bentham, G.B. 1870. Flora brasiliensis 15(2): 131.

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Córdula, E., Morim, M.P., & Alves, M. 2014. Morfologia de frutos e sementes de Fabaceae ocorrentes em uma área prioritária para a conservação da Caatinga em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 65(2), 505-516. https://doi.org/10.1590/S2175-78602014000200012

-Correia, C. L. B & Conceição, A. S. 2017. The genus Chamaecrista Moench in a fragment of the Ecological Station Raso da Catarina, Bahia, Brazil. Biota Neotropica 17: 1–15.

-Irwin, H.S. e Barneby, R.C.1982.  Memoirs of the New York Botanical Garden 35: 720.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p

-Queiroz, R.T. & Loiola, M.I.B. 2009. O gênero Chamaecrista Moench (Caesalpinioideae) em áreas do entorno do Parque Estadual das Dunas de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Hoehnea 36: 725-736.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 

-Rando, J.G.; Cota, M.M.T.; Conceição, A.S.; Barbosa, A.R.; Barros, T.L.A. 2020. Chamaecrista in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82893>. Accessed on: 21 Apr. 2021

-Rodrigues E.M.; Queiroz, R.T.; Silva, L.; Monteiro, F.K.S.; Melo, J.I.M.. Fabaceae em um afloramento rochoso no Semiárido brasileiro. Rodriguésia [Internet]. 2020. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071025.

-Souto F.S., Quaresma A.A., Queiroz R.T. & Pereira M.S. 2019. Estudo taxonômico da Tribo Cassieae (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Parque Ecológico Engenheiro Ávidos, Cajazeiras-PB. Pesquisa e Ensino em Ciências Exatas e da Natureza, 3(1) - in press.

-Souza, V.C.; Bortoluzzi, R.L.C. Chamaecrista in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in:  . Access on: 08 Mar. 2015


Exsicata

MO, NY


Notas

De acordo com Irwin e Barneby (1982) em Chamaecrista temos 6 seções, entre estas a maior em diversidade de espécies é  Chamaecrista seção Absus. Aqui, fizemos uma tradução, no entanto por não dominar o inglês, aconselho a consultar sempre a obra original que pode ser obtida em pdf neste mesmo blogger. clicando na barra de gênero em Cassia será possível obter os dois volumes.

B. Seção Absus (Colladon) Irwin & Barneby
Chamaecrista sect. Absus (Colladon) Irwin e Barneby, Brittonia 31(1): 155. 1979. Cassia sect. Absus DeCandolle ex Colladon, 1816. ­Sp. Typica: Chispida Colladon = Chamaecrista hispidula (Vahl) Irwin e Barneby
"Inflorescência presente nos ramos frondosos do mesmo ano, terminal racemo simples ou terminal racemo-paniculado, ou por redução do ramo axilar racemoso, o eixo primário de cada racemo desenvolvido e vários floridos, se reduzido (raramente) 1 flor, com pubescência viscoide-setosa; androceu 10 estames, diminutamente ovado ou falcadamente hemi-lanceolada, oculto por uma hetermorfia, pétala envolta ou convoluta interposta entre ela e a obliquamente o  estilete exserto, os filamentos todos menor que a metade do comprimento de sua antera, esta ciliada ao longo da sutura lateral e deiscente na parte apical, na antese da flor; estilete cilíndrico, nem dilatado nem curvo distalmente; o estigma muito pequeno com cavidade simetricamente terminal. - Ervas perenes, com raiz principal ou xilopódio, ou subarbusto, estes raramente subarborescentes, um (Subsect. Otophyllum) arbustivo mas anual; filotaxia principalmente alterna espiralada sempre, se o caule herbáceo; pubescência comumente composta parcialmente por setas ou sétulas glandulosas, estas, às vezes, reduzidas a suas bases bulbosas ou a pontos resinosos, na folhagem ou inflorescência (ou em ambos) em consequência mais ou menos viscoso, mas os tricomas glandulares especializados são ausentes na subseção Baseophyllum e Adenophyllum; glândulas peciolares ausentes, exceto em 4 espécies da subsect. Adenophyllum, Baseophyllum e Otophyllum; x = 14. - spp. 167, Neotropical".

Chave para subseção da seção Absus (Irwin e Barneby 1982)

1. Glândulas peciolares presente, séssil, escutelada e depressa, situada entre os pares de folíolos abaixo do primeiro par de folíolos, ou (quando pecíolo suprimido) entre o proximal (ou apenas) par de folíolos; seta glandular 0, mas o legume as vezes glutinoso
2. Arbusto, ou subarbusto com um xilopódio; folíolos 1-4 pares, todos normalmente folíaceo; pedúnculo exatamente axilar; pétalas secas amarelas ou laranjas.
 3. Folíolos margem plana, fortemente assimétrico na base, palmadamente 3-7-nervuras a partir do       pulvinulo; eixo da inflorescência portando com glândulas estuteladas (como na seção Apoucouita) .................................Ba. Subsect. Baseophyllum
3. Folíolos margem revoluta, subsimétrico na base, 3 nervuras a partir do pulvino; eixo da inflorescência sem glândula. Brasil 2 spp.........................................................Bb. Subsect. Adenophyllum
2. Ervas anuais (às vezes de duração de tempo e altura longos); folíolos 10-20 pares, o proximal 1-3    pares modificado em lâminas sésseis deltoide-reniforme semelhantes a brácteas florais ou estípula;     pedúnculo adnado ao internó-caule. Os folíolos aparecendo supra-axilares (como na seção           Chamaecrista ser. Chamaecrista); pétalas secas esbranquiçadas..................................................   Bc. subsect. Otophyllum

1. Glândula peciolar ausente, seta glandular presente, pelo menos sobre a inflorescência ou sobre o ovário (legume) ou, se falta seta, a folhagem e inflorescência verruculosa-glandular ou pontos resiferos, viscóides quando fresco; largamente espalhado na América Tropical N. e Sul, fracamente penetrando as regiões de clima subropical. 166 spp........ Bd. Subsect. Absus

-Serie Absoideae Benth. Folha bijuga, membranácea, frequentemente folhas jovens com menos pubescência em ambas faces, curtas ou longas, raro ( em Chbarbata) maior, obtusa ou (em Chpaucijuga) aguda. Espécies arbustiva, ou arbustiva (Bentham 1870:131) Em Bentham (1870) tinham 18 espécies, Irwin e Barneby (1982) reordenaram as espécies e em seu tratamento são encontradas 24 taxa ver  IB. 1982:660. 

Chamaecrista multisetaChegleriChlongicuspisChparaunanaCh. barbataChrugosaChbelemiiChsalvatorisChacosmifoliaCh. andersoniiChjuruensis, ChbrevicalysChzygophylloidesChsuzanaChjacobinaeChchapadaeChviscosaChcampestrisChhispidulaChamiciella, ChcarobinhaChpunctulataChroncadoensisCh. fagonioides e Chfodinarum.