Flor zigomorfa, corola papilionácea, amarela (f. 1)
Folha imparipinada flor longipedicelada (f. 2)
Frutos lomentos com 3 segmentos (f. 3)
Ramo híspido, fruto lomento (f. 4)
Leguminosae - Papilionoideae - Dalbergieae - Ctenodon .
-Fabaceae in Flora do Brasil 2020 under construction. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB617689>. Accessed on: 13 Nov. 2020
No Brasil são encontradas 49 espécies, das 26 são endêmicas. (Lima et al. 2015).
Ctenodon Baill.
Subarbusto prostrado ou ereto; inerme. Estípula basifixa. Folhas imparipinadas, multijugas; folíolos alternos, pecíolo menor que o comprimento da raque. inflorescência racemo ou panícula. Flor pedicelada ou séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice gamossépalo, corola dialipétala, pétalas unguiculadas; androceu monadelfo, filetes livres curtos, anteras homomórficas, ovário estipitado; fruto lomento.
- Ctenodon viscidulus (Michx.) D.B.O.S. Cardoso & A. Delgado, Neodiversity: A Journal of Neotropical Biodiversity 13: 30. 2020.
Sinônomo: Aeschynomene viscidula Michx.
Erva prostrada;
ramos longos, cilíndricos, com tricomas
glandulares e hirsuto. Estípulas lanceoladas, não peltada. Folhas
compostas, imparipinadas, folíolos 7-9, subalternos, obovados, ápice
arredondado, mucronado, margem inteira, base assimétrica, pecíolo curto.
Inflorescências, axilares, panículas, laxas; brácteas pouco desenvolvidas,
ovadas; flores monoicas, pequenas, amarelas, cálice pequeno, campanulado,
lacínios 5, verde, corola 5, amarelas, estames 10, diadelfo. Frutos séssil,
lomento 2-3 segmentos, arqueado, margem
superior reta e margem inferior crenada.
Comentários
As plantas
observadas de restinga e mata Atlântica com frutos apresentam constantemente
com 2 segmentos, enquanto na caatinga apresentam 3.
Esta espécie
apresenta hábito decumbente semelhante a Ctenodon falcata, C. brasiliensis e C.
elegans.
Bentham (1862)
coloca essas espécies num grupo que apresenta o hábito herbáceo, difuso ou
prostrado, racemos axilares, folíolos brevemente longiorbiculados, legume
pequeno articulado, legume com seio profundamente articulado. Bom no passo
seguinte temos frutos com cálice pequeno e estipes curtos, e separa três
espécies C. hystrix, C. viscidula e C. brasiliensis. A primeira espécie é um
subarbusto ereto diferente das outras duas. Bentham (1862) em seu tratamento
deve ter visto muito pouco material pois fala que C. histrix tem apenas 2
artículos e as demais 3. No material da restinga vemos que C. viscidula
apresenta 2 artículos que tornaria a chave inviável.
C. viscidula e C. brasilianus foram separados pelo tipo
de indumento no fruto. C. viscidula tem legume patente e hirsuto e A.
brasiliana fruto reflexo e glabro.
Lima et al. (2006) tratando das espécies do Mato Grosso do Sul, da ênfase ao tipo de
estípula que pode ser peltada ou não peltada, e pelo fruto que pode ter ou não
frutos unidos por istmos, sendo este caracteres referentes a seção Ochopodium.
As espécies supracitadas entram naquelas nitidamente não peltadas e com frutos
tendo os segmentos unidos por istmos,
seguindo o agrupamento semelhante ao de Bentham (1862).
Aqui C. histrix
é contra ponto de C. brasilianus, no entanto, creio que tratam-se de espécies
bem delimitadas C. viscidula e C. brasilianus são mais confusas, no entanto ao observar os materiais percebi
que Bentham (1862) foi muito assertivo quando evidenciou os frutos glabros em C.
brasilianus e hirsuto em C. viscidula, aqui evidenciamos para o fato de a
primeira espécie tem fruto estipitado enquanto a segunda apresenta frutos
sésseis.
Além disto C.
brasilianus é uma espécie de cerrado presente mais na região centro-oeste e
sudeste, enquanto C. viscidula ocorre na região nordeste.
C. elegans se
distingue de C. viscidula pelo número de artículo, esta tem de 2-3 segmentos
enquanto aquela tem sempre mais de cinto, além fruto com estipe longo, enquanto
esta é séssil.
C. falcata é
distinto de C. viscudula pelo fruto daquele que é longamente estipitado e este
séssil.
Fotos: Rubens
Teixeira de Queiroz, Reserva
das almas, Sumé, Paraíba, Brasil.
Referências
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-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.
-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.
Exsicatas
Herbário Reflora
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