domingo, 26 de agosto de 2012

Fabaceae - Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke - pau mocó -

 Flores com pétalas brancas, cálice vinho (f. 1)
 Estandarte com guia de néctar amarelo, posteriormente torna-se vináceo (f. 2)

Flores pediceladas (f. 3)

Cálice campanulado,  tomentoso, lobos deltoides (f. 4)
 Estames livres, anteras dorsifixas, rimosas (f. 5)
Fruto tipo sâmara com núcleo seminífero basal e projeção alariforme no núcleo seminífero (f. 6) 
Sâmara tomentulosa (f. 7)
Ramo e sâmara cinéreos (f. 8)
 Folhas compostas, com folíolos oposto a sub-opostos (f. 9)
 Folíolos com nectários nas bordas (f. 10)
Hábito arboreo e ambiente (f. 11)
Semente oblonga com testa marrom (f. 12)
Testa frágil e cotilédones amarelos (f. 13)

Leguminosae,  Papilionoideae, Sophoreae, Luetzelburgia Harms. 19 espécies (W3tropicos 2021).

Luetzelburgia nome dado em homenagem a Phillip von Luetzelburg (1880-1948), um botânico e
 explorador alemão que coletou largamente no nordeste do Brasil entre 1920 e 1922 (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 11 espécies e destas 10 são endêmicas (Cardoso 2015).

Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke, Notizblatt des Botanischen Gartens und Museums zu Berlin-Dahlem 11(107): 584. 1932.

Basiônimo: Tipuana auriculata Allemão

Árvore com cerca de 5 m de altura, crescimento simpodial; tronco com coloração cinza, cilíndrico; copa aberta; ramo cilíndrico, tomentoso, inerme. Estípula caduca. Folhas compostas, imparipinada, folíolos 5-9, subalternos ou opostos, ovado-elíptico, ápice agudo-mucronado, margem suavemente ondulada, com nectários quando jovem, base redonda-cuneada, face adaxial e abaxial com indumento, coriáceo. Inflorescência terminal ou axilar, panícula. Botão oblongo. Flores subséssil,  zigomorfas, monoclinas, hipóginas; cálice campanulado, pubescente, cinéreo, lobos 5, triangulares; corola papilionácea, pétalas 5, unguiculadas, rosa-nata-goiaba, estandarte obovado, margens suavemente fimbriada, guia de néctar amarelo, posteriormente violeta; alas oblongas; quilha não visto; androceu dialistêmone, estames 10, livres, filetes longos; gineceu 1, ovário súpero, subséssil, monovulado, oblongo, piloso, filete longo, estigma puntiforme. Frutos secos, indeiscentes, tipo sâmara, plano, núcleo seminífero basa, alado. Semente oblonga, testa marrom, frágil.

 Comentários

Esta espécie é facilmente reconhecida pelo crescimento simpodial, copa assimétrica, pelas folhas compostas de folíolos verde-oliva, ramos tomentosos, cinéreos e sâmaras com alas no núcleo seminífero. Por apresentar frutos tipo sâmaras a dispersão é realizada pelo vento, ou seja, anemocórica.

Durante a maior parde do período seco permanece sem folhas, no final do período de estiagem as gemas formam folhas, estas liberam um forte odor de feijão quando maceradas.
Pode florescer rapidamente após as primeiras chuvas.


Na Paraíba é facilmente encontrada nos serrotes associadas aos afloramentos rochosos. Esta foi encontrada na Fazenda Almas em São José dos Cordeiros, na serra da Engabelada no Congo, no Pai Mateus e na Fazenda Salambaia em Cabaceiras.

Planta amplamente encontrada na caatinga.


Nome popular: pau-mocó

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, São José dos Cordeiros, Paraíba (f. 1-4); Serrinha do Canto, Serrinha dos Pintos, Rio Grande do Norte - Brasil

Referência

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411 ).

-Cardoso, D.B.O.S. 2015. Luetzelburgia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB83297>.

-Cardoso, D.B.O.S.; Queiroz, L.P.de & Lima, H.C.de. 2012. A new species of Luetzelburgia (Leguminosae: Papilionoideae: Vataireoid clade) from Brazilian Amazonia. Kew Bulletin 67: 833–836.

-Cardoso, D.B.O.S., de Queiroz, L.P. and de Lima, H.C. 2014. Revision of Luetzelburgia. Bot J Linn Soc, 175: 328-375. https://doi.org/10.1111/boj.12153

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Maia-Silva, C.; Silva, C. I.; Hrncir M.; Queiroz, R. T. de; Imperatrizfonseca, V. L. Guia de Plantas Visitadas por Abelhas. 1ª ed. Fortaleza: Editora Fundação, 2012. 191 p.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de S
antana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-São-Mateus, W.M.B.; Cardoso, D.; Jardim, J.G. & Queiroz, L.P. 2013. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotropica 13: 315-362https://doi.org/10.1590/S1676-06032013000400028.

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