segunda-feira, 28 de abril de 2014

Fabaceae - Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby

 Flor com duas anteras férteis, anteras poricidas (f. 1)
 Brácteas bem desenvolvidas protegendo o botão obovado (f. 2)
 Ápice mostrando estípulas bem desenvolvidas  (f. 3)
 Éstipula com glândula laranja na base  (f. 4)
Folha composta, folíolos oblongos  (f. 5)
Hábito arbustivo  (f. 6)
 Estames e estaminódios (f. 7)
Pedúnculo (f. 8)
 Inflorescência laxa (f. 9)
Fruto plano, oblongo (f. 10)
 Pedúnculo longo (f. 11)
Fruto breve-estipitado (f. 12)















Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae, Cassineae, Sect. Senna, Ser. Pictae  (Irwin; Barneby 1982).

No Brasil ocorrem 80 espécies das quais 27 são endêmicas (Souza e Bortoluzzi 2015).


Árvore, arbusto ou subarbusto. Filotaxia alterna, dística ou espiralada; Ramo inerme. Estípula lateral, linear, lanceolada, falcada. Folhas imparipinada, 4-multijuga, folíolos oblongos, obovados, elípticos, glabro ou tomentoso; nectário presente ou ausente, se presente no pecíolo ou na raque, cilíndrico ou plano, estipitado. Inflorescência axilar ou terminal, panículo ou racemo; bráctea presente ou ausente; bractéola ausente. Flor pedicelada, zigomorfa ou assimétrica, monoclina, hipógina; cálice dialissépalo, homo ou heteromorfo; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, amarelas, heteromorfas; androceu dialistêmone, heterodínamo, heteromorfo, filete e antera distintos, antera muitas vezes maior que o filete, antera poricida, heteromorfa, estriada ou lisa; gineceu 1, longo, curvado, ovário glabro ou piloso, estilete curto. Fruto legume típico, câmara ou baga, linear, plano ou cilíndrico. Semente obovadas, testa lisa, escura ou clara.


Senna martiana (Benth.) H.S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 35: 465. 1982. 

Basiônimo: Cassia martiana Benth., Flora Brasiliensis 15(2): 127–128. 1870. Tipo: --BRASIL. Bahia. Habitat in província Bahiensi prope Joazeira in vicina fluminis S. Francisco: Martius s.n.(Isolectótipo: M imagem!)


Planta arbustiva com cerca de 3 m de altura; ramo pouco difuso, cilíndrico, pubescente, inerme. Estípulas lanceoladas, persistente, com nectário alaranjado na base. Folha composta, paripinada, folíolos numerosos, oblongos, ápice agudo-mucronado, margem inteira, base assimétrica, faces adaxial e abaxial glabras, pecíolo curto 20 vezes menor que a raque. Inflorescência axial, racemo laxo; pedúnculo longo. Bráctea obovado-cuculada, amarela, caduca. Botão obovado. Flor pedicelada, grande, monoica; cálice 5, livre, sépalas obovadas; corola 5, livre, pétalas unguiculadas, imbricadas, amarelas, obovadas, cuculadas, nervura expressa na face dorsal; androceu 10, estaminódios 8, estames viáveis 2, anteras oblongas, curvadas, deiscência poricida; gineceu 1, linear, estilete curvo.  Fruto legume, oblongo, plano, com estria colunar nas valvas, glabra, breve-estipitado.

Comentário
Esta espécie está sempre associada a ambientes rupestres, encontrada sempre próximo a inselbergues, facilmente reconhecida por suas folhas grandes, paripinadas, glabras, folíolos oblongos, estípulas lanceoladas com nectário alaranjado na base, pedúnculo longo, brácteas cuculadas e apenas 2 anteras viáveis oblongas, curvadas.

Na Paraíba ocorre em todo o Cariri Paraibano, coletada em Cabaceiras, São José dos Cordeiros, São João do Cariri.
Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Fazenda Salambaia, Cabaceiras, Paraíba, Brasil.


Referências

-Bortoluzzi, R.L.C.; Lima, A.G.; Souza, V.C.; Rosignoli-Oliveira, L.G.; Conceição, A.S. 2020. Senna in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB23149>. Accessed on: 30 Apr. 2021

-Irwin, H. S. and Barneby, R. C., 1982, The American Cassiinae ¾ A synoptical revision of leguminosae subtribe in the New world. Memories of the New York BotanicalGarden, 35(1-2): 1-918.

-Lewis, G. P., Schrire, B., Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the word. Royal Botanic Gardens, Kew

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.


-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Rodrigues E.M.; Queiroz, R.T.; Silva, L.; Monteiro, F.K.S.; Melo, J.I.M.. Fabaceae em um afloramento rochoso no Semiárido brasileiro. Rodriguésia [Internet]. 2020. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071025.

-Santos, T.T. dos; Oliveira, A.C.S.; Queiroz, R.T de and Silva, J.S. 2020. O gênero Senna (Leguminosae-Caesalpinioideae) no município de Caetité, Bahia, Brasil. Rodriguésia [online]. 2020, vol.71 [cited 2021-04-25], e01222018. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071002.

-Souto F.S., Quaresma A.A., Queiroz R.T. & Pereira M.S. 2019. Estudo taxonômico da Tribo Cassieae (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Parque Ecológico Engenheiro Ávidos, Cajazeiras-PB. Pesquisa e Ensino em Ciências Exatas e da Natureza, 3(1) - in press.

-Souza, V.C.; Bortoluzzi, R.L.C. Senna in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro 
Exsicatas

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil

Wallace Messias Barbosa São-Mateus, Domingos Cardoso, Jomar Gomes Jardim
 & Luciano Paganucci de Queiroz

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Fabaceae - Zornia brasiliensis Vogel

Flor séssil, corola papilionácea, pétalas laranja, estandarte orbicular com estrias vermelhas na base, alas obovadas (f. 1)
Estípulas peltadas, flor séssil, quilha falciforme (f. 2)
Caule cilíndrico, piloso, flor pequena (f. 3)
 Inflorescência terminal (f. 4)
Bractéola oblongo-obovada, pilosa (f. 5)
 Estame monadelfo, branco, anteras dimórficas, estilete longo (f. 6)
Inflorescência panícula (f. 7)
Inflorescência densiflora (f. 8)
 hábito arbustivo, densamente ramificado (f. 9)
Panícula laxa (f. 10)
 Inflorescência com brácteas bem evidentes (f. 12)
Folhas tetafolioladas, folíolos obovados (f. 13)

Leguminosae, Papilionoideae, Dalberigieae, Zornia J.F.Gmel, subg. Zornia, seção Zornia75 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 37 espécies das quais 16 são endêmicas (Perez 2022).

Zornia J.F. Gmel., Syst. Nat., ed. 13[bis] 2(2): 1076. 1791 [1792].

Subarbusto, prostrado ou ereto; ramos difusos, cilíndricos, inermes, glabro ou com indumento. Estípulas medifixas, glândulas presentes. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folha palmada, bi-tetrafoliolada, folíolos simétricos ou assimétricos, lineares, oblanceolados, oblongos, ápice agudo, margem inteira, base assimétrica ou aguda, face adaxial glabra ou glabrescente, face abaxial glabra ou pilosa, glândulas presentes. Inflorescência terminal ou flores isoladas; bractéolas medifixas; flor séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina, pentâmera; cálice campanulado, breve-lobado, 5 lobos; corola papilionácea, dialipétala, pétalas unguiculadas, amarelas; estandarte com estria vinho, alas livres, quilhas fundidas, falcadas; androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu simples, ovário pluriovulados, estilete glabro, estigma puntiforme. Fruto lomento, séssil, linear, articulado, valvas inerme ou espinescentes.




Planta perene, subarbustiva, muito difusa, ramo densamente difuso, cilíndrico, cinéreo-tomentoso, inerme. Estípulas 2, peltada, ovada, aurícula igual a lamina, persistente. Filotaxia alterna, espiralada. Folha composta, palmada, tetrafoliolada; oblanceolado, obovado, ápice agudo-mucronado, rotundo, margem inteira, base cuneada; face adaxial e abaxial indumentada, com pontuações translúcidas, membranácea, pecíolo menor que o comprimento do folíolo. Inflorescência axilar, espiciforme; bractéola ovada-obovada, estriada, pilosa, estrutura secretora presente. Flor monoclina, séssil, pequena; cálice campanulado; corola papilionácea, pétalas 5, unguiculada, amarela; estandarte largo-ovado, reflexa, estria vermelha na base; alas livres, obovadas, quilha falcada, adnata; androceu monadelfo, estames 10, anteras dimórficas; gineceu simples, unicarpelar, unilocular, ovário súpero, pluriovulado. Fruto lomento, lonear, plano, segmentos hemi-orbicular, armado. 

Comentário

Essa espécie apresenta como caracteres diagnósticos folha composta, palmada, tetrafoliolada,

inflorescência axilar, flores com estandarte largo-ovado, com estrias vermelhas.

Planta encontrada sobre inselbergues. Foto tirada no lajeiro do Pai Mateus - Cabaceiras - PB

Determinador: Ana Paula Fortuna Perez

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Serra da Engabelada, Congo, Paraíba, Brasil.

Referências


-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Ferreira, J.J.S., Oliveira, A.C.Silva, Queiroz, R. T.e, & Silva, J.S. 2019. A tribo Dalbergieae s.l. (Leguminosae-Papilionoideae) no município de Caetité, Bahia, Brasil. Rodriguésia, 70, e03502017. Epub December 20, 2019.https://doi.org/10.1590/2175-7860201970089

-Fortuna-Perez, A.P., Lewis, G.P., Queiroz, R.T., Santos-Silva J., Tozzi, A.M.G.A. & Rodrigues, K.F. 2015. Fruit as diagnostic characteristic to recognize Brazilian species of Zornia (Leguminosae, Papilionoideae). Phytotaxa 219: 27-42.

-Fortuna-Perez, A.P. & Tozzi, A.M.G.A. 2011. Nomenclatural changes for Zornia (Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae) in Brazil. Novon 21: 331-337. <http://dx.doi.org/10.3417/2010040>.

-Fortuna-Perez, A.P. 2009. O gênero Zornia J.F. Gmel. (Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae): revisão taxonômica das espécies ocorrentes no Brasil e filogenia. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 271p.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Mohlenbrock, R. 1961. A monograph of the Leguminous genus Zornia Webbia 16: 1-141.

-Perez, A.P.F. Zornia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 20 Set. 2015

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Rebouças, N.C., Carneiro, J.A. Arcanjo, Ribeiro, R.T.M., Queiroz, R.T., & Loiola, M.I.B. 2019. Zornia (Leguminosae) no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Rodriguésia, 70, e03152017. Epub August 08, 2019. https://doi.org/10.1590/2175-7860201970036

-Silva, R.P., Queiroz, R.T., & Fortuna-Perez, A.P. 2020. O gênero Zornia (Fabaceae - Papilionoideae) no estado da Paraíba, Brasil. Rodriguésia, 71, e02612018. Epub November 23, 2020. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071123

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Herbário K  e P

segunda-feira, 10 de março de 2014

Fabaceae - Arachis burkartii Handro

Flor com pétalas das alas duas cores (f. 1)
Cálice com tricomas cerdosos (f. 2)
Pedicelo da flor bem desenvolvido, muitas vezes com antocianina (f. 3)
Hábito herbáceo (f. 4)
Folhas viridescentes, margem lignosa e pilosa, face superior glabra (f. 5).
Leguminsae - Papilionoideae - Dalbergieae - Arachis L. - Seção Rhyzomatozae, serie Prorhyzomatozae Krapov & Greg. 80 spp. (Valls e Simpson 2005)
A= gr. sem; rhacis= eixo

No Brasil ocorrem cerca de 65 espécies das quais 47 são endêmicas (Valls 2015).


Plantas perenes ou anuais; herbáceas decumbentes ou eretas; ramos glabros ou indumentado. Estípulas 2, adnata ao pecíolo. Folha tri-tetrafoliolada; folíolos lanceolados, lineares, obovados, oblanceolado, ovados, orbiculares, ápice agudo, retuso, mucronado, margem inteira ou ciliada, base assimétrica, face adaxial glabra ou recoberta de indumento, face abaxial glabra ou com indumento, membranácea, pecíolo maior que a raque. Inflorescência axilar, espiciforme, botão ovado ou falcado. Flor séssil, hipanto linear, zigomorfa, monoclina, hipógina, cálice brevi-campanulado, bilabiado, 4-5 lobos; corola papilionácea, unguiculada, amarela, estandarte patente, orbicular, ovado, oblato, alas livres, quilha fundida, androceu monadelfo, anteras heteromorfas; ovário séssil, pauciovulado, estilete longo. Fruto lomento, geocárpico, navicular, oblongo, cristado ou liso, mesocarpo macio. Sementes 2-4 por lomento, testa lisa, mole.

Perenes. Raiz polaris, com rizomas presentes. Ramos procumbentes. Folhas tetrafolioladas. Vexilo alaranjado, raro amarelo. Fruto biarticulado, pegue mais ou menos vertical, pericarpo elevado ou reticulado (Krapov. e Greg. 1994). 

A seção Rhyzomatozae é constituída por 3 espécies: Arachis burkartii Handro, Apseudovillosa (Chodat & Hassl.) Krapov. & W.C. Gregory  Aglabrata Benth., tendo esta última espécie uma variedade tipica e a Aglabrata var. hagenbeckii (Krapov. e Greg. 1994). 

Seção é facilmente reconhecida devido a presença de rizomas. 

Arachis burkartii Handro, Arquivos de Botânica do Estado de São Paulo 3(4): 177–178, pl. 42–43. 1958.

 Arachis burkartii: nome dado por Handro em homenagem ao grande botânico argentino Aturo Burkart  http://pt.wikipedia.org/wiki/Arturo_Burkart 

Planta herbácea; caule rizomatoso, ramos glabros. Estípula adnada ao pecíolo; pecíolo longo. Folhas 2 pares de folíolos; obovados, coriáceos, ápice arredondado, base assimétrica, margem levemente lignificada, ciliada, face superior glabra, viridescente. Inflorescência espiga curtas, uma flor abrindo de cada vez. Flores com hipanto bem desenvolvido, cálice bilabiado, 3 mais 2, com tricomas hirsutos na face dorsal; pétalas  alaranjadas, alas com duas cores, anteras dimórficas. Frutos com exocarpo liso, com três segmentos de frutos.

Esta espécie é facilmente reconhecida além de apresenta a distribuição restrita a região sul, apresenta folhas com folíolos coriáceos e a margem marcada em ambas as faces (krapov. & Greg. 1994).

Planta frequente no campo sulinos.

 Arachis está entre os grupos de taxonomia mais complexas dentro de Fabaceae, principalmente pelo pequeno número de tratamento dado ao gênero. A maior referência é uma revisão Krapovickas & Gregory 1994. Mais recentemente Valls & Simpson (2005) publicaram 11 novas espécies.

Vale salientar que a maior autoridade no gênero no Brasil é o pesquisador Dr. José Francisco Valls locado na Embrapa Recursos Genéticos - DF.

Dr. Valls é sem dúvida o maior entusiasta do grupo, praticamente 80 porcento de todas as coletas feitas no Brasil foram realizadas por ele. Cortou o Brasil de norte a sul, de leste a oeste. Coletando incansavelmente. Um de seus grandes colaboradores foi Glocimar que por muito tempo coletou junto.

É deslumbrante a alegria com que Dr. Valls conta de suas milhares de coletas.

A partir de tanto esforço e empenho, a Embrapa Recursos Genéticos tem a maior coleção de espécies vivas e um fantástico banco de sementes sob a curadora de Dr. Valls.

Até o momento mais de 60 dissertações e teses foram desenvolvidas referentes a Arachis

 

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz - Coleção viva da Embrapa, Cenargen, Brasília, Distrito Federal, Brasil

Referências

-Krapovickas, A. & Gregory, W.C. 1994. Taxonomy del genero Arachis (Leguminosae). BONPLANDIA 8 (1-4): 1-186. 1994.

-Queiroz, R.T.; Souza, B.I. e Borges Neto, I.O. 2020. Guia de Angiospermas dos Campos dos Areais do Sudoeste do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora compasso lugar-cultura.

-Valls, J.F.M. Arachis in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 
 
-Valls, J.F.M., Simpson, C.E. 2005,  New species of Arachis L. (Leguminosae) from Brazil, Paraguay and Bolivia.  Bonplandia (Argentina) 14:35-64.

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Herbário P

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Fabaceae - Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. - garapeira -

Inflorescência cauliflora, axilar, racemo (f. 1)
 Flores brancas, 3 pétalas, 3 estames, anteras amarelas (f. 2)
Janeiro a fevereiro é época de floração (f. 3)
Flores díclinas, estaminadas com 3 estames e pistilada com 1 pistilo (f. 4)
fores em antese e com fruto embrionário (f. 5)
sépalas reflexas (f. 6)
racemo  breve (f. 7)
Flor trímera (f. 8)
Ramo com frutos imaturos (f. 9)
Filotaxia alterna, dística, folha imparipinada, face adaxial (f. 10)
Folha com folíolos alternos (f. 11)
Folíolos ovado, discolores (f. 12)
folíolo apical, elítico, ápice cuspidado, margem inteira, base obtusa, glabro (f. 13)
Fruto sâmara com endocarpo esponjoso, semente obovada (f. 14)
Semente imatura (f. 15)
Sâmara madura (f. 16)
Sâmara estipitada (f. 17)
Semente seca, hilo basal (f. 18)
Hilo basal
Testa da semente dura, marmorada,  (f. 19)
Plântula (f. 20)
Cotilédones verdes (f. 21)
Plântula (f. 22)
Folha embrionária trifoliolada (f. 23)
Tronco rugoso (f. 24)
Flor trímera, díclina (f. 25)
Racemo congesto (f. 26)
Flores díclinas e monoclina (f. 27)
Árvore florida (f. 28)
Ramos floridos (f. 29)
Racemos axilares (f. 30)
Árvore da preguiça (f. 31)
Sem dúvida esta planta é uma das favoritas do bicho preguiça (f. 32)
Vários bichos numa planta (f. 33)
Preguiças forrageando (f. 34)
Copa aberta (f. 35)

Leguminosae, Dialioideae, Apuleia Mart.  Flora 20(2): 123. 1837.

No Brasil ocorre apenas uma espécie (Lima 2015).


Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr.


Árvore até 15 metros de altura; copa assimétrica, ramos lignosos, cilíndricos, glabros, inermes. Filotaxia alterna-espiralada. Estípulas basifixas, estreitamente-triangular, caducas. Folhas imparipinadas, 5-7-folioladas, folíolos alternos, oval-lanceolados, elípticos, ápice retuso, margem inteira, base obtusa, margem inteira, face adaxial e abaxial glabra, suavemente discolor, coriáceo, glabra, raque menor que o pecíolo, glândula ausente. Inflorescência axilar, racemo, panícula, corimbosa, congesta. Flores pediceladas, trímeras, monoclinas ou diclinas, hipógina; cálice esverdeado, dialissépalo; corola dialipétala, pétala 3, unguiculada, alvas, obovadas, ápice redondo ou retuso; androceu dialistêmone, estames 3, filetes curtos, anteras 3, amarelas, oblongas, poricidas, basefixa; gineceu 1, ovário com poucos óvulos, filete curvo, estigma disciforme, esverdeado. fruto sâmara, indeiscente, estipitado, oblongo, valvas coriácea, base e ápice assimétricos, plano compresso, margens brevemente alada, coriáceo, imaturo verde e ocráceo quando maduro. Sementes 1-3, oboval, testa lisa, dura pontilhada, hilo basal. Fores perfumadas.

Comentário

Planta arbórea abundante nas matas e fragmentos de mata de João Pessoa. Na época da floração torna-se extremamente vistosa por ficar completamente florida.

A floração ocorre final do verão e início do período de chuva, período que a planta perde totalmente as folhas. Quando florida libera um odor suavemente doce.

As observações sugerem que esta espécie se trata de uma das plantas favorita na alimentação do bicho preguiça, visto que vários indivíduos foram observados forrageando esta espécie.

Nome popular: amarelinha, amarelinho, amarelinho da serra, barajuba, coração de negro, farinheira, garapeira, gema de ovo, jatai, jutai, mirajuba, muiratana, muiratauá (Silva et al. 2004) 

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Campus I, UFPB, João Pessoa, Paraíba, Brasil.



Referência

-Bentham, G. (1870). Leguminosae 2, Swartzieae et Caesalpinieae. Apuleia Mart. In: C. F. P. von Martius, Flora Brasiliensis 15(2): 177.

-Dionísio, G.P., Barbosa, M.R.V. & Lima H.C. 2010. Leguminosas arbóreas em remanescentes florestais localizados no extremo norte da Mata Atlântica. Rev. nordest. biol. 19:15-24.

-Falcão, M.J.A.; Mansano, V.F. 2020. Apuleia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22796>. Accessed on: 01 May 2021

-Fernandes, A. (1994). Novitates Florae Nordestinae Brasiliensis. Apuleia grazielana. Bradea 6: 284 – 288.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

- Lima, H.C. de. 2015. Apuleia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

-Macbride JF. 1919. 1. Notes on certain Leguminosae. Apuleia leiocarpa (Vogel) comb nov. Contr, Gray Herb., n.s 59:23

-Martius C. Von. 1837. 178 Apuleia praecox Mart. Herbarium Florae Brasiliensis. Flora 20, Beibl.: 123.

-Silva, M.F., Gomes de Souza, L.A., Carreira, L.M.M. 2004. Nomes populares das leguminosas do Brasil. Manaus. Edua.

-Sousa, F.d.S.T., Lewis, G.P. & Hawkins, J.A. A revision of the South American genus Apuleia (Leguminosae, Cassieae). Kew Bull 65, 225–232 (2010). https://doi.org/10.1007/s12225-010-9213-4

-Vogel, Th. (1837). De Caesalpinieis Brasiliae. Leptolobium ? leiocarpum. Linnaea 11: 393.


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