sábado, 27 de janeiro de 2018

Fabaceae - Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon & G.P. Lewis - catingueira -

Flor zigomorfa, pétalas heteromórficas, estames com filetes longos (f. 1)
Flor longi-pedicelada, botões ovados (f. 2)
Inflorescência terminal, panícula, pedicelo articulado próximo a base (f. 3)
Brácteas caducas (f. 4)
Um visitante floral "Bombus" (f. 5)
Fruto em desenvolvimento inicial (f. 6)
 Panícula terminal (f. 7)
Fruto com desenvolvimento completo (f. 8)
Flores fecundadas (f. 9)
Vista de cima para baixo dando para observar a disposição espiralada dos botões na inflorescência (f. 10)
Visão lateral da panícula de racemos piramidal (f. 11)
Arvoretas (f. 12)
Fruto legume típico, linear, plano (f. 13)
Legume com valvas lignosas, contorcidas (f. 14)
 Pedicelo com articulação na base (f. 15)
Folha bipinada com 3 folíolos, cada com 6-7 foliólulos (f. 16)
Foliólulo elíptico (f. 17)
Tronco cilíndrico, lenticelado e cinzento (f. 18)

  Leguminosae, Caesalpiniodeae, Caesalpineae, Cenostigma  Tul. 18 espécies (W3tropicos 2021).

No Brasil ocorrem 7 espécies das quais 5 são endêmicas (Lewis 2015).

Cenostigma  Tul.

Árvore, ramo inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna espiralada. Folha bipinada ou paripinada, nectário ausente, nervação broquidódroma, pecíolo menor que a raque. Inflorescência racemo ou panícula, terminal. Flor pedicelada, zigomorfa, pentâmera, monoclina, hipógina, cálice dialissépalo, corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, androceu dialistêmone, estames 10, anteras rimosas; gineceu simples unicarpelar, unilocular, ovário súpero, pluriovulado. Fruto legume, linear, plano-achatado.


Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon & G.P. Lewis, PhytoKeys 71: 93. 2016.

Basiônimo: Caesalpinia pyramidalis Tul., Archives du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 139. 1844.

Sinonimo: Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz

Planta arbórea com 2m alt.; tronco retorcido, cilíndrico, cinza; copa aberta; ramo cilíndrico, lenticelado, cinza, glabro, inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna, espiralada. Folha grande, composta, bipinada, folíolos 1-3, foliólulos 6-7, alternos, elíptico, ovado, ápice arredondado-mucronado, margem inteira, base assimétrica, face adaxial glabra, viridescente, face abaxial glabra, nervura não expressa, coriáceo, raque com comprimento maior que do pecíolo. Inflorescência terminal, racemo ou panícula congesta, tomentulosa, rufo. Bráctea pequena, linear, caduca. Botão ovado, tomentuloso, castanho, prefloração imbricada. Flor grande, hipógina, zigomorfa, monoclina, longo-pedicelada, pedicelo articulado 1/2 da base; hipanto campanulado, curto; cálice dialissépalo, sépalas 5; corola dialipétala, pétalas 5, heteromórficas, unguiculadas, amarelas, reflexas, obovado-oblongo, carena reflexa, com guia de néctar vermelho; androceu dialistêmone, estames 10, filetes longos, , antera elíptica, dorsefixa, rimosa, amarela; gineceu 1, ovário séssil, oblongo, pluriovulado, estilete longo, estigma puntiforme, verde. Fruto legume típico, deiscente, linear, plurisseminado, oblongo, plano, valvas lignosas. 
Comentário
Cenostigma é um gênero que se carateriza pelo hábito arbóreo, estípulas caducas, folhas bipinadas, inflorescência racemo ou panícula, flores com pedicelo articulado, zigomorfa, monoclina, hipógina, filetes longos, antera rimosa e legume tipico com valvas lignosas.
Cenostigma Pyramidale é a circunscrição mais recente para a espécie que tem como basiônimo Caesalpinia pyramidales, anteriormente, Queiroz (2009) havia posicionado a espécie dentro de Poincianella. Com a filogenia as espécies de Poincianella do nacionais passaram a serem subordinadas em Cenostigma.
Um dos grandes problemas que se encontra nas espécies que são conhecidas como catingueiras é sua determinação. O que se conhece como catingueira pode ser atribuído a três espécies de Cenostigma: C. bracteosum, C. nordestinum e C. pyramidale. Os caracteres usados para delimitar as espécies são reprodutivos, dessa forma de difícil delimitação quando  vegetativo. Queiroz (2009) em sua excelente obra Leguminosas da caatinga delimita estas a partir da articulação do pedicelo e o comprimento do hipanto. Onde C. pyramidale apresenta pedicelo articulado próximo a base do pedicelo ou seja abaixo da metade do comprimento enquanto as demais tem articulação próximo ao ápice do pedicelo. Este estado de caráter é compartilhado por C. bracteosum e C. nordestinum, tendo a primeira bráctea ovada enquanto a segunda brácteas estreito-ovadas.
A distribuição geográfica pode ajudar muito útil na delimitação das espécies. C. bracteosum ocorrendo em áreas de caatinga sobre arenito nos Estados do PI, CE, RN e BA. Enquanto C. nordestinum ocorre sobre áreas de Caatinga de cristalino nos Estados da PB e PE. Por fim C. pyramidales ocorre sobre o arenito nos Estados do PE, AL e BA.
Um grande problema quanto a determinação é que nos diversos herbários determinações incorretas foram se disseminando e assim o erro foi se perpetuando.

Nome popularcatingueira, catingueira de porco

Uso: fixadora de carbono


Epíteto: pyramidale = inflorescência em piramide.


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, CRAD, Univasf, Petrolina, Pernambuco, Brasil.


Referências


-Bentham, G1870. Flora Brasiliensis 15(2): 68. 

-Gaem, P.H. 2020. Cenostigma in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB606076>. Accessed on: 25 Apr. 2021

-Gagnom, E.; Bruneau A. , Hughes; C.E.; Queiroz, L.P. and Lewis, G.P. 2016. A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae). PhytoKeys 71: 1–160

-Lewis, G.P. Poincianella in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 06 Mai. 2015

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lewis, G.P. (1994) Systematic Studies in Noetropical Caesalpinia L. (Leguminosae: Caesalpinioideae), including a revision of the Poincianella-Erythrostemon group. University of St. Andrews, St. Andrews, 237 pp.

-Queiroz, L.P. (2009) Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 913 pp.

-Tulasne, L.R. 1844. Archives du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 141. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário