sábado, 20 de outubro de 2012

Fabaceae - Zornia guanipensis Pittier

Corola papilionácea, ovada, estrias vermelhas, calosidade suave, alas obovadas, livres (f. 1)
Inflorescência axilar e terminal, espiciforme (f. 2)
Ramos lignosos, cilíndricos, glabro, folha tetrafoliolada, inflrescência axilar (f. 3)
Pétalas unguiculadas, amarelas (f. 4)
Alas livres (f. 5)
Corola papilionácea (f. 6)
Flor séssil, bractéola ovada (f. 7)
Inflorescência espiciforme, plana (f. 8)
Ramos difusos (f. 9)
Flor pequena (f. 10)
flor e folha (f. 11)
Planta subarbustiva, habitat paludoso (f. 12)
Estípulas 2, peltadas, bractéolas ovadas, estriadas, folíolos lineares (f. 13)
Flor séssil (f. 14)
Fruto lomento glabro (f. 15)

Leguminosae, Papilionoideae, Dalberigieae, Zornia J.F.Gmel, subg. Zornia, seção Zornia75 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 37 espécies das quais 16 são endêmicas (Perez 2022).

Zornia J.F. Gmel., Syst. Nat., ed. 13[bis] 2(2): 1076. 1791 [1792].

Subarbusto, prostrado ou ereto; ramos difusos, cilíndricos, inermes, glabro ou com indumento. Estípulas medifixas, glândulas presentes. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folha palmada, bi-tetrafoliolada, folíolos simétricos ou assimétricos, lineares, oblanceolados, oblongos, ápice agudo, margem inteira, base assimétrica ou aguda, face adaxial glabra ou glabrescente, face abaxial glabra ou pilosa, glândulas presentes. Inflorescência terminal ou flores isoladas; bractéolas medifixas; flor séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina, pentâmera; cálice campanulado, breve-lobado, 5 lobos; corola papilionácea, dialipétala, pétalas unguiculadas, amarelas; estandarte com estria vinho, alas livres, quilhas fundidas, falcadas; androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu simples, ovário pluriovulados, estilete glabro, estigma puntiforme. Fruto lomento, séssil, linear, articulado, valvas inermes ou espinescentes.


Zornia guanipensis Pittier, Boletín de la Sociedad Venezolana de Ciencias Naturales 6: 194. 1940.


Planta perene, subarbustiva, ereta, ca 30 cm altura; ramo cilíndrico, glabro. Estípula 2, estreitamente-triangular, peltada. Filotaxia alterna, espiralada. Folha composta, palmada, tetrafoliolada, folíolos oblanceolados, elíptico, oblongo, ápice agudo, mucronado, margem inteira, base agudo, face adaxial e abaxial glabros, membranáceo, com pontuações; pecíolo menor que o comprimento do folíolo. Inflorescência axilar, espiciforme, bractéola oblonga, estriada, ápice agudo, peltada, glabra. Flor séssil, monoclina, zigomorfa; cálice campanulado; corola papilionácea, pétalas 5, unguiculada, amarela; estandarte orbicular, reflexo, estrias vermelhas na base; ala livre, obovado; quilha falcada, adnata; androceu monadelfo, 10 estames, filete breve, antera dimórficas; gineceu simples, unicarpelar, unilocular, ovário súpero, pluriovulado. Fruto lomento, 5-7 segmentado, plano, linear, segmento suborbicular.


Comentário

Ambiente paludoso próximo as dunas.


Determinadora: Ana Paula Fortuna Perez

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Jiqui, Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.

Referência


-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Fortuna-Perez, A.P., Lewis, G.P., Queiroz, R.T., Santos-Silva J., Tozzi, A.M.G.A. & Rodrigues, K.F. 2015. Fruit as diagnostic characteristic to recognize Brazilian species of Zornia (Leguminosae, Papilionoideae). Phytotaxa 219: 27-42.

-Fortuna-Perez, A.P. & Tozzi, A.M.G.A. 2011. Nomenclatural changes for Zornia (Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae) in Brazil. Novon 21: 331-337. <http://dx.doi.org/10.3417/2010040>.

-Fortuna-Perez, A.P. 2009. O gênero Zornia J.F. Gmel. (Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae): revisão taxonômica das espécies ocorrentes no Brasil e filogenia. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 271p.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Mohlenbrock, R. 1961. A monograph of the Leguminous genus Zornia Webbia 16: 1-141.

-Perez, A.P.F. Zornia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB23214>. Accessed on: 28 Jul. 2022

-Perez, A.P.F. Zornia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 20 Set. 2015

-Rebouças, N.C., Carneiro, J.A. Arcanjo, Ribeiro, R.T.M., Queiroz, R.T., & Loiola, M.I.B. 2019. Zornia (Leguminosae) no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Rodriguésia, 70, e03152017. Epub August 08, 2019. https://doi.org/10.1590/2175-7860201970036

-Silva, R.P., Queiroz, R.T., & Fortuna-Perez, A.P. 2020. O gênero Zornia (Fabaceae - Papilionoideae) no estado da Paraíba, Brasil. Rodriguésia, 71, e02612018. Epub November 23, 2020. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071123


Exsicata

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Fabaceae - Plathymenia reticulata Benth. -vinhático do campo -

Inflorescência espiga, flores brancas, estames com filetes longos (f. 1)
Ramos pouco difusos (f. 2)
Ramo longo, cilíndrico (f. 3)
Inflorescência longa (f. 4)
Espigas terminais e axilares (f. 5)
Espiga, botões fusiformes (f. 6)
Botão fusiforme, subséssil (f. 7)
Flores abertas, estames com filete branco, longo (f. 8)
Flores fecundadas (f. 9)
Folha composta, bipinada, folíolos oblongos (f. 10)
Espiga longa (f. 11)
Apis melifera coletando polém (f. 12)
Tronco sulcado, cinza (f. 13)
Filotaxia alterna, espiralada, folha composta, bipinada (f. 14)
Árvore com copa aberta, ramos pouco difusos (f. 15)
Ramo reprodutivo (f. 16)
Inflorescência congesta (f. 17)
Folíolos oblongos (f. 18)
Fruto estipitado (f. 19)
Frutos lineares e planos (f. 20)
Valvas planas (f. 21)
Legume típico com sementes recoberta por uma membrana (f. 22)

Leguminosae, Mimosoideae, Mimoseae, Plathymenia Bentham 1840. (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorre apenas uma espécie (Morim 2015).


Planta arbórea, 5 m de altura; tronco cilíndrico, pouco ramificado, casca sulcada; copa muito aberta; ramo cilíndrico, longo, pouco difuso, inerme. Estípula 2, caduca. Filotaxia alterna, espiralada. Folha composta, bipinada, 5-7 pares de juga; foliólulos oblongo, ápice arredondado, retuso, margem inteira, base assimétrica, face adaxial e abaxial glabras, discolores, membranáceo; pecíolo 5x menor que o comprimento da raque. Inflorescência axilar ou terminal, espiga, longa, congesta; pedúnculo curto; flor pequena, séssil, monoica; cálice campanulado, 5-lobado; corola 5, simpétala, branca; gineceu 10, estames com filete longo e branco, antera basefixa, rimosa; gineceu 1, estipitado, ovário súpero, séssil, pluriovulado. Fruto legume, estipitado, linear, plano, suavemente estipitado. Semente orbicular, plana, protegida pelo endocarpo.

Comentário
Espécie facilmente reconhecida pelo fruto com base estipitada, fruto com endocarpo membranoso, cobrindo a semente.
Na Paraíba, esta espécie foi coletada na região sertaneja no município de Cajazeiras no parque Engenheiro Ávidos.
Planta bem distribuída no Cerrado.


Nomes populares: Vinhático, Amarelinho.


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Embrapa Sede, W3Norte, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
Foto 22: Maria do Socorro Pereira, Cajazeiras, Paraíba, Brasil.


Referências

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.

-Gomes, G.S., Silva, G.S. Conceição, G. 2019. Leguminosae: Florística e Taxonomia de áreas de Cerrado do Maranhão, Nordeste do Brasil. Revista Verde 14:2 (2019) 317-330. DOI: https://doi.org/10.18378/rvads.v14i2.6364

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis, G. P. 1987. Legumes of Bahia. 1–369. Royal Botanic Gardens, Kew.


-Morim, M.P. 2020. Plathymenia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB83636>. Acesso em: 13 May 2021

-Morim, M.P. Plathymenia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 02 Jun. 2015

-Rizzini, C. T. 1976. Contribuicao ao conhecimento das floras Nordestinas. Rodriguésia 28(41): 137–193.
-Silva Junior, M. C. da. 2012. 100 árvores do cerrado: sentido restrito: guia de campo Brasília, DF: Rede de Sementes do Cerrado. 304 p. il.

Exsicatas


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fabaceae - Cenostigma bracteosum (Tul.) Gagnon & G.P. Lewis - catingueira -

Brácteas ovadas, flor amarela, pétalas obovadas (f. 1)
Estames longos, filetes com tricomas na base, anteras rimosas (f. 2)
Brácteas largo-ovadas, tomentosa (f. 3)

Flor com tamanho maior, plantas do RN (f. 4)
Brácteas grandes (f. 5)
Panícula laxa (f. 6)
Anteras elípticas (f. 7)
Carena com guia de néctar (f. 8)
Estigma puntiforme, verde (f. 9)
Pedicelo com articulação 1/3, legume plano (f. 10)
Legume com valva lenhosa e sementes obovadas (f. 11)
Panícula (f. 12)
Legumes (f. 13)
Sementes elípticas (f. 14)
Sementes com testa lisa, castanha (f. 15)
Plântula (f. 16)

Leguminosae, Caesalpiniodeae, Caesalpineae, Cenostigma  Tul. 18 espécies (W3tropicos 2021).

No Brasil ocorrem 7 espécies das quais 5 são endêmicas (Lewis 2015).

Cenostigma  Tul.

Árvore, ramo inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna espiralada. Folha bipinada ou imparipinada, nectário ausente, nervação broquidódroma, pecíolo menor que a raque. Inflorescência racemo ou panícula, terminal. Flor pedicelada, zigomorfa, pentâmera, monoclina, hipógina, cálice dialissépalo, corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, androceu dialistêmone, estames 10, anteras rimosas; gineceu simples unicarpelar, unilocular, ovário súpero, pluriovulado. Fruto legume, linear, plano-achatado.


Cenostigma bracteosum (Tul.) Gagnon and G.P. Lewis, PhytoKeys 71: 88. 2016.

Basiônimo: Caesalpinia bracteosa Tul. Archives du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 141. 1844. Tipo: _BRASIL. Piauí, 1829, Gandner 2144 (Sintipo K imagem!) 

SinônimoPoincianella bracteosa (Tul.) L.P. Queiroz


Planta arbórea com 5 m de altura; tronco cilíndrico, com casca cinzenta, descama em placas; copa fechada; ramo difuso, cilíndrico, às vezes longos, coberto de tricomas glandulares quando jovem, lenticelas presente, cinza, inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna, dística, folha composta, bipinada, grande, folíolos 1-2 jugas, foliólulos 4-9, alternos ou opostos, oblongos, elípticos, ovados ou obovado, ápice arredondado-retuso, agudo-mucronado, margem inteira, base assimétrica, face adaxial e abaxial glabra, nervura expressa, coriáceo, raque 3 vezes maior que o pecíolo. Inflorescência terminal, panícula laxa ou congesta, tementulosa. Bráctea largo-ovada, tomentulosa, caduca. Botão ovado, prefloração imbricada. Flor grande, zigomorfa, monoclina, pedicelada,  pedicelo articulado 1/3 da base; hipanto curto; cálice dialisépalo, sépalas 5; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, amarelas, reflexas, carena obovada, com guia de néctar vermelho, demais pétalas oblongo-obovado, ápice retuso; androceu dialistemone, estames 10 com filetes longos, com tricomas na base, antera elíptica, dorsefixa, rimosa, castanho; gineceu 1, ovário séssil, oblongo, pluriovulado, estilete longo, estigma puntiforme, verde. Fruto legume típico, linear, plano, plurisseminado, oblongo, plano, valvas lenhosas, esparsamente coberto de glândulas. Semente orbicular, plana, testa lisa.


Comentário

Cenostigma é um gênero que se carateriza pelo hábito arbóreo, estípulas caducas, folhas bipinadas, inflorescência racemo ou panícula, flores com pedicelo articulado, zigomorfa, monoclina, hipógina, filetes longos, antera rimosa e legume típico com valvas lignosas.


Esta espécie é facilmente reconhecida por suas brácteas largo-ovada, congestas no ápice da inflorescência, porém pode ser confundida com C. nordestinum, no entanto pode ser diferenciada pela forma da bráctea que é ovada, lanceolada, versus largo-ovada em C. bracteosum.
Na Paraíba esta espécie foi coletada em Sousa.

Nome popular: Catingueira

Uso: forrageira, fixadora de carbono, produção de madeira.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Sítio de Francisco Raimundo, Serrinha do Canto, Serrinha dos Pintos, Rio Grande do Norte, Brasil.


Referências

-Amorim, L.D.M. de et al. Fabaceae na Floresta Nacional (FLONA) de Assú, semiárido potiguar,
nordeste do Brasil. Rodriguésia [online]. 2016, vol.67, n.1 [cited 2021-04-22], pp.105-124.

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.
 
-Gaem, P.H. 2020. Cenostigma in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB605732>. Accessed on: 25 Apr. 2021

-Gagnom, E.; Bruneau A. , Hughes; C.E.; Queiroz, L.P. and Lewis, G.P. 2016. A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae). PhytoKeys 71: 1–160

-Lewis, G.P. Poincianella in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 06 Mai. 2015

-Lewis, G.P. (1994) Systematic Studies in Noetropical Caesalpinia L. (Leguminosae: Caesalpinioideae), including a revision of the Poincianella-Erythrostemon group. University of St. Andrews, St. Andrews, 237 pp.

-Maia-Silva, C.; Silva, C. I.; Hrncir M.; Queiroz, R. T. de; Imperatrizfonseca, V. L. Guia de Plantas Visitadas por Abelhas. 1ª ed. Fortaleza: Editora Fundação, 2012. 191 p.

-Queiroz, L.P. (2009) Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 913 pp.

-Tulasne, L.R. 1844. Archives du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 141. 



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