terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Fabaceae - Inga cayennensis Sagot ex Benth. - ingá caixão -

Panícula de glomérulos (f. 1)
Ramo florido (f. 2)
Pedúnculo longo, híspido (f. 3)
Filetes longos, brancos (f. 4)
Androceu polistêmone (f. 5)
Estilete longo, branco (f. 6)
Folha composta, paripinada, raque alada (f. 7)
Hábito arbóreo (f. 8)
Ramos floridos (f. 9)
 Inflorescência espiga, cálice e corola verdes, estames brancos (f. 10)
Folíolo ovado-lanceolado, botões (f. 11)
Filetes longos (f. 12)
 Ramos e folhas jovens apresentando indumento rufo, inflorescência axilar (f. 13)
 Folhas composta 4 pares de folíolos, ovado-oblongo (f. 14)
Filetos longos unidos num tubo na base (f. 15)
Botões e flores com corola de tubo longo, pubescente (f. 16)
Plântula (f. 17)
Plântula com folhas composta, bifoliolada (f. 18)
Folíolos elípticos (f. 19)
Ápice cuspidado (f. 20)
Plântula (f. 21)
Plântula com o segundo par de folhas (f. 22)
Folhas opostas (f. 23)
Folíolos rufo-híspido (f. 24)
Nervuras expressas, folíolo ovado-lanceolado (f. 25)
 Pluma foliar (f. 26)
 Indumento rufo-densamente híspido (f. 27)
 Ramo rufo-híspido (f. 28)
Folíolos (f. 29)

Leguminosae, Mimosoideae, Ingeae, Inga Mill. Seção Longiflorae, 300 espécies. (Lewis et al. 2005, Pennington 1997).
No Brasil são encontradas 131 espécies das quais 51 são endêmicas (Garcia e Fernandes 2015).

Inga Mill.

Árvore, ramo inerme, estípula presente. Folha paripinada, raque alada ou não, glândulas presentes. Inflorescência espiga ou racemo. Flor séssil ou pedicelada, pentâmeras, actinomorfa, monoclina, hipógina, polistêmone, cálice gamossépalo, corola gamopétala, androceu monadelfo, gineceu simples, ovário séssil, pluriovulado. Fruto baga; semente com arilo.

Vulpinae Benth. 
Ramos, folhas e inflorescência frequentemente piloso-hispido ou denso vilosa. Pecíolos alados ou nu. Glândulas pequenas, longas ou raro curto estipitado. Espiga curta, densa, pedunculada. Brácteas caducas. Cálice e corola hirsuta. Legume plano, denso viloso, margens elevadas (Bentham 1876).


Inga cayennensis Sagot ex Benth., Trans. Linn. Soc. London 30(3): 626. 1875.

Planta arbórea, ca. 15 m de altura; tronco cilíndrico, não ramificado na base, inerme; copa ampla aberta; ramo longo, pouco difuso, cilíndrico, densamente coberto por indumento rufo-hirsuto, inerme. Estípula 2, caduca. Filotaxia alterna, dística. Folha composta, paripinada, 4 pares de juga; folíolo 8, ovados-lanceolados, elíptico, ápice cuspidado, acuminado, margem inteira, base arredondada, face adaxial e abaxial híspida, rufo, nectário séssil na raque entre os folíolos, com indumento hispido, rufo, raque alada. Inflorescência axilar, espiga corta, congesta, pedúnculo longo, botão clavado. Flores subséssil, monoica, verdes; cálice campanulado, lacínios 5, triangulares, verde,  corola simpétala, longo-tubulosa, verdes, pubescentes, lobos 5; Androceu polistêmone, estames unidos na base, filetes longos brancos, antera inconspícua; gineceu 1, ovário séssil, pluriovulado, pubescente, estilete longo, brando. Fruto baga, linear, plana, pubescente, castanha, longa e rugoso. Sementes não observadas.


Comentário

Esta espécie é facilmente reconhecida pela presença de denso, híspido e rufo, flores longo-tubulosas.
Plantas comuns nos remanescentes de mata atlântica na Paraíba


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Campus I - UFPB, João Pessoa, Paraíba, Brasil.



Nome popular: Ingá caixão, ingá-meirim e ingá peludo (Silva et al. 2004).


Referências

-Garcia, F.C.P.; Fernandes, J.M. Inga in Lista de espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2015.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Mata, M.F. O gênero Inga (Leguminosoe, Mimosoideae) no Nordeste do Brasil: citogenética, taxonomia e tecnologia de sementes. 2009. 183 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2009.

-Pennington, T.D. 1997. The Genus Inga. Botany. Royal Botanical Garden. p. 844.

-Silva, M.F. de, Souza, L.A. G. de amp; Carreira, L.M. de M. 2004.  Nomes populares das Leguminosas do Brasil. Manaus. Edua. 

Exsicatas

Herbário P


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Fabaceae - Tachigali densiflora (Benth.) L.F. Gomes da Silva & H.C. Lima

Inflorescência panícula (f.1)
Árvore de grande porte com copa ampla (f.2)
Destaque da planta entre a vegetação (f.3)
(f.4)
(f.5)
Detalhe do ramo e da estipula lobada, hirsuto-rufescens (f.6)
 Detalhe do caule lenticelado, cilíndrico(f.7)
Detalhe do Fruto (f.8)
Leguminosae, Caesalpinoideae, Caesalpinieae, Tachigali Aubl. Hist. Pl. Guiane. 1: 372, pl. 143, f. 1. 1775.
No Brasil ocorrem cerca de 58 espécies, destas 25 são nativas  (Lima 2015)

Árvore, ramo inerme. Estípula basifixa, lateral. Filotaxia alterna, espiralada. Folha paripinada, folíolos opostos, nectário ausente, nervação broquidódroma, pecíolo menor que a raque. Inflorescência panícula, terminal. Flor pedicelada, actinomorfa, pentâmera, monoclina, hipógina, cálice dialissépalo, 5, corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, androceu dialistêmone, estames 10, anteras rimosas; gineceu simples unicarpelar, unilocular, ovário súpero, estipitado, uniovulado. Fruto sâmara, séssil, elíptico, plano.


Tachigali densiflora (Benth.) L.F. Gomes da Silva & H.C. Lima, Rodriguésia 58(2): 399. 2007.

Basionym: Sclerolobium densiflorum Benth. 

 Árvore com 15 metros de altura; caule liso, lenticelado, cinza, copa densa, verde-escuro (f. 7); ramos estriados, rufo-tomentoso. Estípulas lobadas, rufas (f. 6). Folhas compostas, paripinadas, 3 pares de jugas, folíolos opostos, elípticos, base assimétrica, ápice acuminado, discolores, face superior glabra, brilhantes (viridescente), nervação expressa na face inferior. Inflorescência terminal, panícula de espigas. Flores sésseis, pequenas, cremes, sépalas,  pétalas e estiletes creme, anteras, rimosas, douradas. Fruto 4-10 x 1,5-3 cm, elíptico-oblongo, tipo sâmara (f.8). Sementes planas, 1,2 cm compr.

Comentário

Planta com crescimento rápido, com  grandes populações na mata do Buraquinho e nos fragmentos do campus da UFPB.
Dispersão do fruto pelo vento (anemocórica)
Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, UFPB, Joao Pessoa, Paraíba, Brasil.

Referências

-BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

-Gomes da Silva, L.F. e Lima, A.C. 2007. Mudanças Nomenclaturais no gênero Tachigali aubl. (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Brasil, Rodriguésia58(2): 399.

-Huamantupa-Chuquimaco, I.; Cardoso, D.B.O.S.; Cardoso, L.J.T.; Santana, J.C.O.; Simon, M.F.; Costa, J.A.S.; Lima, H.C. 2020. Tachigali in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB100914>. Accessed on: 10 May 2021

-Lima, H.C. de Tachigali in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

-Silva, L.F.G. & Lima, H.C. 2007. Mudanças nomenclaturais no gênero Tachigali (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Brasil. Rodriguésia 58 (2): 397-401.

-Van der Werff, H. 2008. A synopsis of the genus Tachigali (Leguminosae – Caesalpinioideae) in Northern South America. Ann. Missouri Bot. Gard. 95: 618–660.
 

Exsicatas

Herbário P

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Fabaceae - Hymenaea rubriflora Ducke - jatobá -

 Inflorescência em panícula corimbosa (f. 1)
 Sépalas verdes e pétalas brancas (f. 2)
Ovário estipitado (f. 3)
  Botões globoides (f. 4)
 Gineceu com ovário vermelho (f. 5)
Fruto câmara com endosperma farináceo (f. 6)
 População margeando o lajedo da Salambaia (f. 7)
Árvore (f. 8)





Leguminosae, Detarioideae, Tribo Detarieae, Hymenaea L. 18 espécies. (Flora do Brasil 2020).

No Brasil ocorrem 18 espécies das quais 12 são nativas (Pinto et al. 2020).

Árvore ou arvoreta; tronco cilíndrico, liso, copa assimétrica, ramos tomentulosos ou glabros, inermes. Estípulas basifixas, lineares, caducas. Filotaxia alterna-dística. Folha bifolioladas; folíolos assimétricos, oblongos, ápice obtuso, arredondado, agudo, margem inteira, base assimétrica, face adaxial glabra, face abaxial tomentulosa ou glabra, glândulas pelúcidas presentes. Inflorescência terminal, racemo ou panícula; brácteas ausentes. Flores pediceladas, actinomorfas, tetrâmeras ou pentâmeras, monoclinas, hipóginas, hipanto presente, cálice dialissépalo, 4-5-sépalas; corola dialipétala, pétalas unguiculadas, alvas, androceu diplostêmone, dialistêmone, estames 8-10 estames, filetes longos, anteras elípticas e rimosas; gineceu simples, ovário estipitado, pluriovulados, filete longo, estigma globóide. Fruto tipo câmara, oblongo, valvas lignosas, epicarpo papilado, mesocarpo farináceo. Sementes esféricas ou achatadas, testa dura, castanha, lisa, hilo basal.


Hymenaea rubriflora Ducke, Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 51: 457. 1953. Tipo: Brasil, Pernambuco, Lima, A. (Isótipo: RB Imagem!)

Árvore cerca de 10 m alt.; caule cilíndrico, liso, cinza; copa bem aberta. Estípulas 2, intrapeciolares. Folha composta, bifoliolada, folíolo glabro, oblongo ou obovado, falcado, ápice levemente cuspidado, margem inteira, base assimétrica, glabra, coriácea. Inflorescência termina, panícula, corimbosa. Botões obovados. Flores pediceladas, monoicas, bancas, grandes; sépalas 5, imbricadas, ovadas, concavas, caducas, verdes com variação vinácea; pétalas 5, brancas, imbricadas, ovadas, concavas, crassas; androceu 10 estames, filetes longos, anteras elípticas, dorsifixas, rimosas; gineceu estipitado, ovário plano, vermelho, estilete longo e estigma globoso. Fruto câmara, oblongo, glabro, 
com endocarpo farináceo, indeiscente. Sementes, marrom, elípticas e testa dura.

Comentário

Espécie encontrada nos diversos fragmentos de Mata Atlântica do estado da Paraíba.
Na Caatinga está presente apenas nos arredores dos grandes inselbergues do interior da Paraíba, principalmente no Cariri, onde são encontradas grandes populações.

Determinador: Rafael Barbosa Pinto

Nome popular: Jatobá.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz - Fazenda Salambaia - Cabaceiras - PB - BR.

Referências

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461

-Estrella, M., Forest, F., Klitgård, B. et al. A new phylogeny-based tribal classification of subfamily Detarioideae, an early branching clade of florally diverse tropical arborescent legumes. Sci Rep 8, 6884 (2018). https://doi.org/10.1038/s41598-018-24687-3

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lima, H.C. de; Pinto, R.B. Hymenaea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 24 Mar. 2015

-Pinto, R.B.; Tozzi, A.M.G.A.; Mansano, V.F. 2020. Hymenaea in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB106417>. Acesso em: 30 Apr. 2021

-Pinto, M. J. d. Silva, A.M.G. Azevedo Tozzi & V. F. Mansano. 2020. A neglected new species of Hymenaea (Leguminosae, Detarioideae) from the Brazilian Amazon. Syst. Bot. 45(1): 85–90.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

Exsicatas

Herbário MO e Reflora


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Pollen grain morphology of Fabaceae in the Special Protection Area (SPA) Pau-de-Fruta, Diamantina, Minas Gerais, Brazil


CYNTHIA F.P. DA LUZ1
, ERICA S. MAKI1
, INGRID HORÁK-TERRA2
,
PABLO VIDAL-TORRADO2
 and CARLOS VICTOR MENDONÇA FILHO3
1
Instituto de Botânica, Núcleo de Pesquisa em Palinologia, Avenida Miguel Stéfano, 3687, 04301-902 São Paulo, SP, Brasil
2
Departamento de Ciência do Solo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, ESALQ/USP, Av. Pádua Dias, 11, Caixa Postal 9, 13418-900 Piracicaba, SP, Brasil
3
Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM,
Campus JK, Rodovia BR-367, 39100-000 Diamantina, MG, Brasil

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Fabaceae - Chamaecrista amiciella (H.S. Irwin & Barneby) H.S. Irwin & Barneby -melosa-


 Pétalas unguiculadas com margem basal vermelha (f. 1)
 Racemo com flores amarelas, pedúnculo e cálice ovado coberto por tricomas glandulares (f. 2)
Pétalas unguiculadas, amarelas, anteras oblongas, compridas protegidas pela pétala (f. 3)
Androceu com anteras oblongas, gineceu estilete glabro, curvado (f. 4)
Anteras rimosas (f. 5)
 Indumento no estilete curvo (f. 6)
Cálice com sépalas homomórficas, corola com pétalas obovadas (f. 7)
Tricomas glandulares híspidos (f. 8)
Planta subarbustiva, tetrafoliolada (f. 9)
Espécies rupícula (f. 10)
Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae, Chamaecrista Moench, seção Absus serie Absoideae (Irwin e Barneby 1982), 330 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 256 espécies, das quais 207 são endêmicas (Souza e Bortoluzzi 2015).

Chamaecrista Moench.

Árvores, arbustos, ervas ou subarbustos, ramos cilíndricos, inerme, glabro ou indumento tector ou glandular. Estípulas laterais, basifixas. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folhas paripinadas, bi-tetra-hexa-plurifolioladas, nectário presente no pecíolo ou raques, glândula côncava, estipitada ou séssil. Inflorescências terminais ou axilares, cimosas ou racemos. Flores monoclinas, hipóginas, zigomorfas, diclamídeas, pediceladas, bractéolas 2; cálice dialissépalo, sépalas 5, heteromorfas; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas heteromorfas, amarelas; androceu homo ou heteromorfo, estames 5-10, anteras com sutura lateral, lanceoladas. Legumes pluriespermados, plano-compressos, lineares, valvas coriáceas com deiscências elásticas. Sementes com testa lisa, castanho ou enegrecido, hilo basal.



Chamaecrista amiciella (H.S. Irwin & Barneby) H.S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 35: 661. 1982.
Basiônimo: Cassia amiciella H.S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 30: 267–270, pl. 26f–h, j–l. 1978. Tipo: -BRASIL: Bahia, Queimadas; 9-11 jun 1915, Rose and Russell 19837 (holótipo: US; Isótipo: NY Imagem!)

Planta subarbustiva, prostrada, caule cilíndrico, rufo, glabrascente, ramos cilíndricos, hirsuto, com tricomas glandulares. Estípulas estreitamente-triangulares. Folhas paripinadas, 2 pares de jugas; folíolos obovados, ápice truncado, margem inteiras, base cuneada, epifilo e hipofilo glabros, pecíolo longo, hirsuto. Inflorescências terminais, racemos; botões ovoides; pedicelo longo, hirsuto; flores alaranjadas, monoicas; sépalas 5, verdes, oblongos, dorsalmente hirsuta, mucronado; pétalas orbiculadas, obovada, unguiculadas, alaranjadas, unguiculadas, base vermelha, pétala inferior se dobra cobrindo as anteras; Estames 10, filete curto; anteras oblongas, deiscência rimosa, mucronada; gineceu unicarpelar, ovário súpero, estilete longo curvo, piloso até 1/3. Fruto oblongo, legume típico, plano, hirsuto.

Comentários

Esta espécie é intimamente relacionada a Chamaecrista hispidula com relação a morfologia do hábito, tipo de indumento, inflorescência e flores, no entanto tem distribuição distinta, Ch. amiciella ocorre nas floresta secas dos semiárido nordestino, enquanto Ch. hispidula ocorre em praias e restingas daquela mesma região. Ch. amiciela apresenta uma pétala que se dobra cobrindo as anteras e um fruto menos hirsuto, fato que não ocorrem em Ch. hispidula.


Na Paraíba é econtrada em todo o Cariri, foi coletada em São José dos Cordeiros.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz - 27-10-2014, Ambiente de inselbergue, Caatinga - RPPN- Fazenda Almas - São José dos Cordeiros, Paraíba, Brasil.

Referências

-Bentham, G.B. 1870. Flora brasiliensis 15(2): 131.

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Córdula, E., Morim, M.P., & Alves, M. 2014. Morfologia de frutos e sementes de Fabaceae ocorrentes em uma área prioritária para a conservação da Caatinga em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 65(2), 505-516. https://doi.org/10.1590/S2175-78602014000200012

-Correia, C. L. B & Conceição, A. S. 2017. The genus Chamaecrista Moench in a fragment of the Ecological Station Raso da Catarina, Bahia, Brazil. Biota Neotropica 17: 1–15.

-Irwin, H.S. e Barneby, R.C.1982.  Memoirs of the New York Botanical Garden 35: 720.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p

-Queiroz, R.T. & Loiola, M.I.B. 2009. O gênero Chamaecrista Moench (Caesalpinioideae) em áreas do entorno do Parque Estadual das Dunas de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Hoehnea 36: 725-736.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 

-Rando, J.G.; Cota, M.M.T.; Conceição, A.S.; Barbosa, A.R.; Barros, T.L.A. 2020. Chamaecrista in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82893>. Accessed on: 21 Apr. 2021

-Rodrigues E.M.; Queiroz, R.T.; Silva, L.; Monteiro, F.K.S.; Melo, J.I.M.. Fabaceae em um afloramento rochoso no Semiárido brasileiro. Rodriguésia [Internet]. 2020. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071025.

-Souto F.S., Quaresma A.A., Queiroz R.T. & Pereira M.S. 2019. Estudo taxonômico da Tribo Cassieae (Leguminosae – Caesalpinioideae) no Parque Ecológico Engenheiro Ávidos, Cajazeiras-PB. Pesquisa e Ensino em Ciências Exatas e da Natureza, 3(1) - in press.

-Souza, V.C.; Bortoluzzi, R.L.C. Chamaecrista in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in:  . Access on: 08 Mar. 2015


Exsicata

MO, NY


Notas

De acordo com Irwin e Barneby (1982) em Chamaecrista temos 6 seções, entre estas a maior em diversidade de espécies é  Chamaecrista seção Absus. Aqui, fizemos uma tradução, no entanto por não dominar o inglês, aconselho a consultar sempre a obra original que pode ser obtida em pdf neste mesmo blogger. clicando na barra de gênero em Cassia será possível obter os dois volumes.

B. Seção Absus (Colladon) Irwin & Barneby
Chamaecrista sect. Absus (Colladon) Irwin e Barneby, Brittonia 31(1): 155. 1979. Cassia sect. Absus DeCandolle ex Colladon, 1816. ­Sp. Typica: Chispida Colladon = Chamaecrista hispidula (Vahl) Irwin e Barneby
"Inflorescência presente nos ramos frondosos do mesmo ano, terminal racemo simples ou terminal racemo-paniculado, ou por redução do ramo axilar racemoso, o eixo primário de cada racemo desenvolvido e vários floridos, se reduzido (raramente) 1 flor, com pubescência viscoide-setosa; androceu 10 estames, diminutamente ovado ou falcadamente hemi-lanceolada, oculto por uma hetermorfia, pétala envolta ou convoluta interposta entre ela e a obliquamente o  estilete exserto, os filamentos todos menor que a metade do comprimento de sua antera, esta ciliada ao longo da sutura lateral e deiscente na parte apical, na antese da flor; estilete cilíndrico, nem dilatado nem curvo distalmente; o estigma muito pequeno com cavidade simetricamente terminal. - Ervas perenes, com raiz principal ou xilopódio, ou subarbusto, estes raramente subarborescentes, um (Subsect. Otophyllum) arbustivo mas anual; filotaxia principalmente alterna espiralada sempre, se o caule herbáceo; pubescência comumente composta parcialmente por setas ou sétulas glandulosas, estas, às vezes, reduzidas a suas bases bulbosas ou a pontos resinosos, na folhagem ou inflorescência (ou em ambos) em consequência mais ou menos viscoso, mas os tricomas glandulares especializados são ausentes na subseção Baseophyllum e Adenophyllum; glândulas peciolares ausentes, exceto em 4 espécies da subsect. Adenophyllum, Baseophyllum e Otophyllum; x = 14. - spp. 167, Neotropical".

Chave para subseção da seção Absus (Irwin e Barneby 1982)

1. Glândulas peciolares presente, séssil, escutelada e depressa, situada entre os pares de folíolos abaixo do primeiro par de folíolos, ou (quando pecíolo suprimido) entre o proximal (ou apenas) par de folíolos; seta glandular 0, mas o legume as vezes glutinoso
2. Arbusto, ou subarbusto com um xilopódio; folíolos 1-4 pares, todos normalmente folíaceo; pedúnculo exatamente axilar; pétalas secas amarelas ou laranjas.
 3. Folíolos margem plana, fortemente assimétrico na base, palmadamente 3-7-nervuras a partir do       pulvinulo; eixo da inflorescência portando com glândulas estuteladas (como na seção Apoucouita) .................................Ba. Subsect. Baseophyllum
3. Folíolos margem revoluta, subsimétrico na base, 3 nervuras a partir do pulvino; eixo da inflorescência sem glândula. Brasil 2 spp.........................................................Bb. Subsect. Adenophyllum
2. Ervas anuais (às vezes de duração de tempo e altura longos); folíolos 10-20 pares, o proximal 1-3    pares modificado em lâminas sésseis deltoide-reniforme semelhantes a brácteas florais ou estípula;     pedúnculo adnado ao internó-caule. Os folíolos aparecendo supra-axilares (como na seção           Chamaecrista ser. Chamaecrista); pétalas secas esbranquiçadas..................................................   Bc. subsect. Otophyllum

1. Glândula peciolar ausente, seta glandular presente, pelo menos sobre a inflorescência ou sobre o ovário (legume) ou, se falta seta, a folhagem e inflorescência verruculosa-glandular ou pontos resiferos, viscóides quando fresco; largamente espalhado na América Tropical N. e Sul, fracamente penetrando as regiões de clima subropical. 166 spp........ Bd. Subsect. Absus

-Serie Absoideae Benth. Folha bijuga, membranácea, frequentemente folhas jovens com menos pubescência em ambas faces, curtas ou longas, raro ( em Chbarbata) maior, obtusa ou (em Chpaucijuga) aguda. Espécies arbustiva, ou arbustiva (Bentham 1870:131) Em Bentham (1870) tinham 18 espécies, Irwin e Barneby (1982) reordenaram as espécies e em seu tratamento são encontradas 24 taxa ver  IB. 1982:660. 

Chamaecrista multisetaChegleriChlongicuspisChparaunanaCh. barbataChrugosaChbelemiiChsalvatorisChacosmifoliaCh. andersoniiChjuruensis, ChbrevicalysChzygophylloidesChsuzanaChjacobinaeChchapadaeChviscosaChcampestrisChhispidulaChamiciella, ChcarobinhaChpunctulataChroncadoensisCh. fagonioides e Chfodinarum.