segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Fabaceae - Bauhinia monandra Kurz

Flor pedicelada, flores unguiculadas, apenas um estame (f. 1)
Racemos (f. 2)
Flores pediceladas (f. 3)
Cálice naviculado (f. 4)
Flores com pétalas variegadas, unguiculadas; androceu com apenas um estame fértil; gineceu estipitado, ovário longo, plano (f. 5)
Folhas alternas, estípulas triangulares, pequenas, folha composta unifoliolada, lobada, nervação paralela (f. 6)
Sementes imaturas, obovadas (f. 7)
Sementes (f. 8)
Semente madura, oblogo-obovada, enegrecida (f. 9)
Árvore (f. 10)

Leguminosae, Cercidoideae, Bauhinia L. 150 -160 spp. (Lewis et al 2005).

No Brasil ocorrem 57 espécies das quais 35 são endêmica (Vaz 2015).

Bauhinia L.

Arbusto ou árvore, tronco cilíndrico ou estriado; ramos inermes ou armados. Estípulas basifixas, caducas. Filotaxia alterna-dística. Folha unifoliolada, bilobada, nervação actinódroma, ápice bilobado, margem inteira, base rotunda, cordada, bicolor, coriácea, peciolada. Inflorescência terminal ou axilar, cimosa ou racemosa. Flores pediceladas, hipanto presente, zigomorfas, dialipétalas, pentâmeras, monóclinas, hipóginas; cálice dialissépalo, às vezes sépalas unidas; corola dialipétala, alva, amarela, vermelha, rosa, vinho; androceu 1-5-10-estames, homodínamos ou heterodínamo, anteras elípticas, rimosas; gineceu simples, ovário estipitado, unicarpelar, unilocular, pluriovulado, estilete presente, estigma plano. Fruto legume típico, linear, plano, valvas lignosas. Sementes, ovadas, obovadas a oblongas, testa dura, lisa.

 Bauhinia monandra Kurz, Journal of the Asiatic Society of Bengal. Part 2. Natural History 42(2): 73. 1873.

árvore de 5 metros de altura, ramos cilíndricos, verdes, longos, inermes. Folhas composta, unifoliolada, bilobadas, ápice emarginado, margem inteira, base cordada, nervação palmada, expressa na face abaxial, pubescente e face adaxial glabra. Inflorescência terminal, racemo curto. Flores grandes, monoicas, rosa; botões fusiformes, verdes; cálice 5, sinsépalo, com apenas uma abertura; pétalas unguiculadas, rosa, variegada de vermelho, obovado-oblongo, ápice arredondado; androceu 10, 1 estame fértil, longo arqueado, antera oblonga, rimosa, dorsefixa, 9 estaminódio; gineceu, monocarpelar, monolocular, pistilo curvado, estipitado, ovário plano, filete longo, persistente no fruto, estigma puntiforme. Frutos legumes, estipitado, 19-20x2,2-2,4x0,801,2 cm, estreitamente oblongo; coriácea, glabro. Sementes 10-14, 8-10 x 6-8 cm, oblongo, obovada, plana, escuras, testa dura, hilo central (f.3,4,5).

Comentário

Folha quando macerada libera um cheiro comum as patas de vaca.

Esta espécie vegetativamente é muito semelhante a B. variegata, no entanto quando florida é completamente distinta por apresentar apenas um estame fértil.

Uso: Planta medicinal e ornamental.
Nome popular: mororó, pata de vaca

Foto: Rubens Teixeira de Queiroz, João Pessoa, Paraíba, BR.

Referências

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis, G. P. 1987. Legumes of Bahia. 1–369. Royal Botanic Gardens, Kew.

-Lorenzi, H., H.M. Souza, e M.A.V. Bacher, L.B. Torres. 2003. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Plantarum.

-Vaz, A.M.S.F. Bauhinia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de -Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 19 Abr. 2015Vaz, A.M.S.F. 2020. Bauhinia in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB27794>. 


Exsicatas

Herbário P

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Fabaceae - Peltogyne pauciflora Benth. - pau-roxo -

 Flores alvas com filetes excertos e anteras laranjas (f. 1)
 Ramos floridos (f. 2) 
 Flores actinomorfas, dialipétalas, monoclinas (f. 3)
 Flor diplostêmone (f. 4) 
 Racemo congesto (f. 5) 
 Inflorescência terminal (f. 6)
Flores breve-pediceladas (f. 7)
 Frutos planos, imaturos (f. 8) 
 Fruto seco, deiscente, sementes castanho (f. 9)
Filotaxia alterna dística, folhas bifolioladas, glabras (f. 10)
Semente obovada, monocromada, testa lisa (f. 11)

Leguminosae Juss., Detarioideae, Tribe Detarieae DC., Peltogyne Vogel 1837, 25 esopecies (Lewis et al. 2005, Estrella et al. 2018).


No Brasil ocorrem 23 espécies das quais 15 são endêmicas (Lima e Cordula 2015)

Peltogyne Vogel 1837:410

Sépala 4 oblonga, ovada, concava, base suavemente unida com pontuações translúcidas,  de ápice de outros tamanhos. Pétalas 5, livres, levemente desiguais, suboblonga, ligeiramente maior que o cálice. Estames 10 férteis, livres, insertos na base do cálice e das pétalas; filamentos subcilíndrico, glabro. Ovário compresso, oval, base curtamente atenuada, pouco ovulado, estilete cilíndrico e compresso subereto; estigma peltado-capitado (Vogel 1837).

Bentham, G. 1870:231

Árvores inermes. Folha bifoliolada, folíolos com pontuações translúcidas. Flores pequenas ou moderada, racemosas, racemos curtos junto ao ápice ramoso, paniculado. Brácteas, bractéolas pequenas caducas ou estes raro persistente (Bentham 1870). 

Gênero aparentado com Hymeneae, flores frequentemente menores e frutos diferentes. Espécies com cálice de tubo curtíssimo para convergir com Copaiferas, mas pétalas desdobrando, ovário pluriovulado, e legume plano facilmente discernido (Bentham 1870)



Peltogyne pauciflora Benth.  Flora Brasiliensis 15(2): 234. 1870. Tipo: Brasil, Bahia, Blanchet 3150 (Holótipo: K, isótipo: NY imagem!)

Árvore ou arvoretas 3 metros de altura, caule cilíndrico, escuro; ramos bem difusos, cilíndricos, inermes, suavemente piloso. Estípulas 2, intrapeciolares. Folhas, compostas bifolioladas; folíolos 2, assimétricos, falcado, oblongo-elíptico, ápice obtuso-arredondado, margem inteira, base assimétrica, coriáceos, face inferior suavemente pubescente e superior glabras, viridescente (verde brilhoso). Inflorescência terminal, panícula congestas. Pedicelo longo. Botões pequenos, esféricos, brancos. Flor pequena, monoica; hipanto curto; cálice 5 sépalas, pétalas 5, brancas, obovado; androceu 10 estames, exsertos, filetes brancos, anteras amarelas, gineceu ovário súpero, breve estipitado, verde, estilete curto, estigma achatado. Legume típico, plano, ovado-orbicular, glabro, valvas coriáceas, monosperma. Sementes 1,0 x 0,8 cm, obovadas, lisa, monocromada, marrom, hilo central.

Comentário

Esta espécie ocorre em áreas mais preservadas, com o hábito arbóreo, apresentando folhas lustrosas, perenes. O hábito varia de arbustivo a arbóreo sendo encontrada as vezes nas fraturas dos afloramentos rochosos. 

Planta encontrada no interior da Cabaceiras, Pai Mateus; São José dos Cordeiros, RPPN Fazenda Almas - Paraíba.

Etimologia: Pelto: grego=escudo, gyne: gr.= mulher, em alusão a forma do estigma (Lewis et al. 2005).

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Cabaceiras, Paraíba, Brasil.

Referências

-Bentham, G. 1870. Flora Brasiliensis 15(2): 234.

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.

-Estrella, M., Forest, F., Klitgård, B. et al. A new phylogeny-based tribal classification of subfamily Detarioideae, an early branching clade of florally diverse tropical arborescent legumes. Sci Rep 8, 6884 (2018). https://doi.org/10.1038/s41598-018-24687-3

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005. Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis, G.P. (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Lima, H.C. de; Cordula, E. Peltogyne in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 22 Mar. 2015

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de S
antana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Silva, M. F. 1976. Revisão taxonômica de gênero Peltogyne Vog. (Leguminosae-Caesalpinioideae). Acta Amazon. 6(1/supl.): 1–61.
 
-Vogel, J.R.T. Peltogyne. 1837. Linnaea 11: 410. (Apr-Jul 1837)

Exsicatas

Herbário  P

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Morfologia de plântulas de Martiodendron excelsum e sua relevância sistemática em Dialiinae (Leguminosae, “Caesalpinioideae”)


Leonardo da Silva Hartmann & Rodrigo Schütz Rodrigues

Seedling morphology, anatomy and venation of the cotyledons and eophylls of Mimosa (Fabaceae, Mimosoideae)

Morfologia das plântulas, anatomia e venação dos cotilédones e eofilos  de três espécies de Mimosa (Fabaceae, Mimosoideae)


-Oliveira, J.H.G., Iwazaki, M.C. e Oliveira, D.M.T. 2014. Morfologia das plântulas, anatomia e venação dos cotilédones e eofilos de três espécies de Mimosa (Fabaceae, Mimosoideae). Rodriguésia [online]. 2014, v. 65, n. 3 [Acessado 29 Maio 2021] , pp. 777-789. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/2175-7860201465315>. Epub 16 Set 2014. ISSN 2175-7860. https://doi.org/10.1590/2175-7860201465315.

Mimosoideae (Leguminosae) in the Reserva Ecológica do Panga, Minas Gerais, Brasil


Mimosoideae (Leguminosae) na Reserva Ecológica do Panga,  Minas Gerais, Brasil


-Rocha, G.P.E., Borges, L.M. e Romero, R. 2014. Mimosoideae (Leguminosae) na Reserva Ecológica do Panga, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia [online]. 2014, v. 65, n. 3, pp. 735-750.  https://doi.org/10.1590/2175-7860201465312.



Sinopse das Caesalpinioideae (Leguminosae) na Serra do Japi, São Paulo, Brasil


Baixar http://rodriguesia.jbrj.gov.br/FASCICULOS/rodrig65-3/13%20-%20ID%20882.pdf

Nicoll Andrea Gonzalez Escobar, Edson Dias da Silva
 & Ana Maria Goulart de Azevedo Tozzi

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Fabaceae - Macropsychanthus violaceus (Mart. ex Benth.) L.P. Queiroz & Snak

 Pseudorracemos longo e congesto, reto, flores com pétalas violeta (f. 1)
 Folhas trifolioladas com venação muito marcada na face abaxial (f. 2)
Folíolo obovado, nervuras secundárias retas (f. 3)
Botões numerosos em distintos tamanhos (f. 4)
Estandarte reflexo, lilás, alas livres, quilha adnata ao tubo estaminal (f. 5)
Bractéolas 2, ovada, cálice campanulado, lobos do cálice 4 (f. 6)

Leguminosae, Papilionoideae, Phaseoleae, Macropsychanthus Harms ex K. Schum. & Lauterb. 47 espécies (W3tropicos 2021)

No Brasil ocorrem 26 espécies das quais 12 são endêmicas (Queiroz; Snak 2021).

Macropsychanthus Harms ex K. Schum. & Lauterb.

Liana volúvel, ramo cilíndrico, tricoma presente, inerme. Estípulas basifixas ou medifixa. Filotaxia alterna-espiralada. Folha trifoliolada, folíolos obovados, elípticos, ovados, ápice agudo, margem inteira, base assimétrica, face adaxial tricoma presente ou ausente, face adaxial com tricoma, raque menor que o pecíolo. Inflorescência axilar, pseudorracemo, brácteas inconspícuas. Flor pedicelada ou séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina; cálice tubuloso, lobos 5; corola papilionácea, pétalas dialipétalas, estandarte reflexo ou não, alas livres, quilha adnata, as vezes cocleada. androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu unicarpelar, unilocular, ovário séssil, pluriovulados.  Legume típico, linear, plano, margem reta ou ondulada, valvas lenhosas, rufas. Sementes numerosas, testa lisa, hilo linear.

Macropsychanthus violaceus (Mart. ex Benth.) L.P. Queiroz & Snak, PhytoKeys 164: 104. 2020.

Sinônimo

Dioclea violacea Mart. ex Benth., Commentationes de Leguminosarum Generibus 69. 1837.

Planta liana, volúvel, ramo cilíndrico, serício, inerme. Estípula 2, peltada. Filotaxia alterna, espiralada. Folha trifoliolada, folíolo basal ovado, apical obovado, ápice cuspidado, margem inteira, base obtusa, homicordada, nervuras expressas na face abaxial, glabra em ambas faces, pecíolo 4 x maior que o comprimento da raque. Inflorescência axilar, pseudorracemo, multifloro, pedúnculo reto; botões de vários tamanhos, oblongos, vináceo; bractéolas 2, ovadas. Flor pequena, subséssil, monoica; cálice campanulado, coriáceo, lobos 4; corola papilionácea, pétala 5, unguiculadas, violetas, estandarte oblato, reflexo com calosidade, ala livre, ovada, quilha cocleada, adnata ao tubo estaminal; androceu diadelfo, estames 10, anteras heteromórficas; gineceu 1, monocarpelar, ovário súpero, tomenoso, multicelular. Fruto legume, plano, falcado, valva lignosa, tomentosa. Semente plana, orbicular, testa dura, lisa, marrom, hilo linear.



Comentário

Espécie com ampla distribuição nas áreas de Mata Atlântica. Esta espécie é muito semelhante morfologicamente a M. grandiflorus, todavia esta tem distribuição restrita a caatinga e aquela a mata Atlântica. M. violaceus tem estípula peltada vs. estipula lanceolada  em Mgrandiflorus.
Na Paraíba ocorre na região litorânea, nos remanescentes de mata em João Pessoa.

Plantas trepadeira. Estandarte com calos, Legume comprimido com sutura superior dilatada, mais ou menos curvo, semente com hilo linear ou oblongo. Dioclea   (Barroso 1991).

EtimologiaMacropsychanthus macro: grande, Psyca: borboleta anthus: flor. Referente as flores grandes semelhantes a borboletas.

Nome popular: Mucunã

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Capela, Sergipe, Brasil.

Referências

-Barroso, G.M. Sistemática de Angiospermas do Brasil. UFV. Viçosa. 1991. 377p. v2.

-Costa, R.K.A.; Queiroz, R.T. 2019. A tribo Phaseoleae (Leguminosae, Papilionoideae) na mata do
Buraquinho, João Pessoa, Paraíba – Brasil. In book: Serie iniciados 21. Edition: 21. Editora ufpb

-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.


-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Queiroz, L.P. Dioclea in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 26 Mar. 2015

- Queiroz, L.P.; Snak, C. Macropsychanthus in Flora do Brasil 2020 under construction. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB617024>. Accessed on: 19 Feb. 2021

-Queiroz, L. P. & C. Snak. 2020. Revisiting the taxonomy of Dioclea and related genera (Leguminosae, Papilionoideae), with new generic circumscriptions. PhytoKeys 164: 67–114


Exsicatas

Herbário K e P

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Fabaceae - Mimosa borboremae Harms - dormideira -

Glomérulo pequeno, filetes longos, rosa, anteras amarelas (f. 1)
 Hábito subarbustivo, folhas compostas, bipinadas, pedúnculo longo (f. 2)
 Planta prostrada (f. 3)

                  Caule cilíndrico, liso, estípula ciliada, pulvino entumescido (f. 4)                 
Craspédio curvado, híspido (f. 5)

Leguminosae, Mimosoideae, Mimoseae,  sect. Habbasia DC., ser. Cordistipula(Barneby 1991). 490-510 espécies (Lewis et al. 2005).


No Brasil ocorrem 358 espécies das quais 265 são endêmicas (Dutra e Morim 2015).

Mimosa L.

Erva, arbusto, árvore ou trepadeira, armadas ou inermes. Estípula caduca ou persistente. Folhas alternas, bipinadas. Inflorescência axilar, espiga ou glomérulo. Flores sésseis, hipóginas, actinomorfas, tubulosas; cálice gamossépalo; corola gamopétalas, androceu dialistêmone, diplo ou isostêmones, estames com filetes vistosos; gineceu 1 pistilo. Fruto tipo craspédio.


 Mimosa borboremae Harms, Notizblatt des Botanischen Gartens und Museums zu Berlin-Dahlem 8(80): 711–712. 1924. Tipo: BRASIL: Rio Grande do Norte (Paraíba do Norte), Serra Borborema, Jardim-Parelhas, Ph. von Leutzelburge n. 12455 (Síntipo M)

Planta subarbustiva, decumbente; caule tênue, ramo cilíndrico, vináceo, glabrescente; ramos jovens híspidos, inerme. Estípula ovada-triangular, margem ciliada, persistente. Folhas tênues, compostas, bipinadas, sensitivas; 4-8 pares de folíolos; foliólulos obovados, ápice arredondado, margem inteira, base cuneada, face adaxial e abaxial glabra, membranáceos, raque 3-6 vezes o comprimento do pecíolo, peciólulo com comprimento igual ou maior comprimento do folíolo;  pulvino entumescido. Inflorescência axilar, glomérulos, congestos; pedúnculo longo, com comprimento igual ou maior o comprimento da folha. Botão ovado. Flor pequena, séssil, monoica; cálice campanulado, lobos 5, corola 5, simpétala, branca; androceu 10, estames com filetes longos, rosa, antera amarela; gineceu 1, séssil, pluriovulado. Fruto craspédio, curvados, 4-5 segmentos; valvas com indumento híspido.

Comentário



Esta espécie é facilmente reconhecida pelo hábito decumbente, caule tênue, folhas longas, folíolos 



obovados, inflorescência com pedúnculo longo, maior ou igual ao comprimento da folha.

Planta pouco frequente, encontrada em tanques de neossolo regolítico, sobre inselbergue no Cariri Paraibano.


Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Inselbergue na fazenda Salambaia, Cabaceiras, Paraíba, Brasil.

Referências

-Barneby, R.C. 1991. Sensitivae censitae: a description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World. Memoirs of the New York Botanical Garden 65:1-835.    

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Dutra, V.F.; Morim, M.P. Mimosa in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 09 Mai. 2015

-Dutra, V.F.; Morales, M.; Jordão, L.S.B.; Borges, L.M.; Silveira, F.S.; Simon, M.F.; Santos-Silva, J.; Nascimento, J.G.A.; Ribas, O.D.S. 2020. Mimosa in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB18874>. Accessed on: 26 Apr. 2021

-Lewis, G., Schrire, B., Mackinder, B., Lock, M. 2005.  Legumes of the world. Royal Botanic  Gardens, Kew, 577p.

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Rodrigues E.M.; Queiroz, R.T.; Silva, L.; Monteiro, F.K.S.; Melo, J.I.M. 2020. Fabaceae em um afloramento rochoso no Semiárido brasileiro. Rodriguésia [Internet]. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071025.



Exsicatas

Herbários KP


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Fabaceae - Zornia myriadena Benth.

 Folhas composta, tetafolioladas,  folíolos obovados, com estruturas secretoras presentes nos folíolos, estandarte glabro e amarelo (f. 1)
Bractéola bem desenvolvidas, flor pedicelada, bracteolas oblongas e flores isoladas (f. 2)
 Ramo cilíndrico, vermelho, lomento cilíndrico, liso e longo (f. 3)
 Plantas rupícolas, subarbustiva (f. 4)
Ramos longos e finos (f. 5)
 Folha alternas, espiralada (f. 6)
 Leguminosae, Papilionoideae, Dalberigieae, Zornia J.F.Gmel, Subg. Myriadena 75 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 37 espécies das quais 16 são endêmicas (Perez 2022).

Zornia J.F. Gmel., Syst. Nat., ed. 13[bis] 2(2): 1076. 1791 [1792].

Subarbusto, prostrado ou ereto; ramos difusos, cilíndricos, inermes, glabro ou com indumento. Estípulas medifixas, glândulas presentes. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folha palmada, bi-tetrafoliolada, folíolos simétricos ou assimétricos, lineares, oblanceolados, oblongos, ápice agudo, margem inteira, base assimétrica ou aguda, face adaxial glabra ou glabrescente, face abaxial glabra ou pilosa, glândulas presentes. Inflorescência terminal ou flores isoladas; bractéolas medifixas; flor séssil, zigomorfa, monoclina, hipógina, pentâmera; cálice campanulado, breve-lobado, 5 lobos; corola papilionácea, dialipétala, pétalas unguiculadas, amarelas; estandarte com estria vinho, alas livres, quilhas fundidas, falcadas; androceu monadelfo, anteras dimórficas; gineceu simples, ovário pluriovulados, estilete glabro, estigma puntiforme. Fruto lomento, séssil, linear, articulado, valvas inerme ou espinescentes.


Planta subarbustiva, tênue, decumbente; ramo cilíndrico, inerme, vermelho, indumento adpresso. Estípula 2, peltada, ovada, persistente. Filotaxia alterna, dística. Folha composta, tetrafoliolada, digitada; folíolos, 4, obovados, ápice agudo-mucronado, margem inteira, base cuneada, face adaxial e abaxial com estruturas secretoras, membranáceo, pecíolo curto pouco maior que o comprimento da estípula. Bractéola ovada, ápice mucronado. Flor axilar, solitária, pedicelada, monoica; cálice campanulado, lacínios 5, triangulares, verdes; corola 5, pétalas unguiculadas, amarelas; estandarte reflexo, orbicular, alas livres, oblongo-obovadas, quilhas adnatas, falciforme; androceu 10, monadelfo, anteras heteromórfica; gineceu 1, ovário súpero, séssil, pluriovulado, estilete liso. Frutos lomento, linear, cilíndrico, liso.

Comentário

Esta espécie é fácil de ser reconhecida pelas flores solitárias, pediceladas e pelo lomento cilíndrico.
Na Paraíba ocorrem sobre os inselbergues nos municípios de Cabaceiras e Congo.

Determinadora: Ana Paula Fortuna Perez

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Fazenda Salambaia, Cabaceiras, Paraíba, Brasil.

Referência

-BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4,p.1085-1113. 2015. https://doi.org/10.1590/2175-7860201566411.

-Fortuna-Perez, A.P., Lewis, G.P., Queiroz, R.T., Santos-Silva J., Tozzi, A.M.G.A. & Rodrigues, K.F. 2015. Fruit as diagnostic characteristic to recognize Brazilian species of Zornia (Leguminosae, Papilionoideae). Phytotaxa 219: 27-42.

-Fortuna-Perez, A.P. & Tozzi, A.M.G.A. 2011. Nomenclatural changes for Zornia (Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae) in Brazil. Novon 21: 331-337. <http://dx.doi.org/10.3417/2010040>.

-Fortuna-Perez, A.P. 2009. O gênero Zornia J.F. Gmel. (Leguminosae, Papilionoideae, Dalbergieae): revisão taxonômica das espécies ocorrentes no Brasil e filogenia. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 271p.

-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.

-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.

-Mohlenbrock, R. 1961. A monograph of the Leguminous genus Zornia Webbia 16: 1-141.

-Perez, A.P.F. Zornia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: . Access on: 20 Set. 2015

-Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 467p.

-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.

-Rebouças, N.C., Carneiro, J.A. Arcanjo, Ribeiro, R.T.M., Queiroz, R.T., & Loiola, M.I.B. 2019. Zornia (Leguminosae) no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Rodriguésia, 70, e03152017. Epub August 08, 2019. https://doi.org/10.1590/2175-7860201970036

-Silva, R.P., Queiroz, R.T., & Fortuna-Perez, A.P. 2020. O gênero Zornia (Fabaceae - Papilionoideae) no estado da Paraíba, Brasil. Rodriguésia, 71, e02612018. Epub November 23, 2020. https://doi.org/10.1590/2175-7860202071123

Exsicata

Herbário Reflora


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Fabaceae - Chamaecrista repens (Vogel) H.S. Irwin & Barneby

Filotaxia alterna, dística; estípulas lanceoladas, folhas compostas, flores axilares. ramo com indumento híspido (f. 1)
Folíolos oblongos e ápice arredondado-mucronado, flor amarela, pedicelada, botão ovado (f. 2)
Fruto legume, linear, plano (f. 3)
 Face abaxial (f. 4)
 Face adaxial (f. 5)
Nectários na base da folha (f. 6)
Leguminosae, Caesalpinioideae, Cassieae, Chamaecrista Moench, seção Chamaecrista  (Irwin; Barneby 1982), 330 espécies (Lewis et al. 2005).

No Brasil ocorrem 256 espécies, das quais 207 são endêmicas (Souza e Bortoluzzi 2015).
Chamaecrista Moench.
Árvores, arbustos, ervas ou subarbustos, ramos cilíndricos, inerme, glabro ou indumentos tectores ou glandulares. Estípulas laterais, basifixas. Filotaxia alterna-dística ou espiralada. Folhas paripinadas, bi-tetra-hexa-plurifolioladas, nectário presente no pecíolo ou raques, glândula côncava, estipitada ou séssil. Inflorescências terminais ou axilares, cimosas ou racemos. Flores monoclinas, hipóginas, zigomorfas, diclamídeas, pediceladas, bractéolas 2; cálice dialissépalo, sépalas 2, heteromorfas; corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas heteromorfas, amarelas; androceu homo ou heteromorfo, estames 10, anteras com sutura lateral, lanceoladas. Legumes multiespérmicos, plano-compressos, lineares, valvas coriáceas com deiscências elásticas. Sementes com testa lisa, castanho ou enegrecido, hilo basal.

Chamaecrista repens (Vogel) H.S. Irwin & Barneby, Memoirs of The New York Botanical Garden 35: 742. 1982.
Subarbusto decumbente.  Folhas vários pares de folíolos. Flores axilares. Flores amarelas. Frutos legumes.

Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Capela, Sergipe, Brasil

Referências

-Irwin, H.S.; Barneby, R.C. 1982.  Memoirs of the New York Botanical Garden 35: 720.
-Lewis, G.; Schrire, B.; Mackinder, B. & Lock, M. 2005 Legumes of the World. Kew, Royal Botanic Gardens.
-Souza, V.C.; Bortoluzzi, R.L.C. Chamaecrista in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in:  . Access on: 08 Mar. 2015

Exsicatas

http://www.tropicos.org/Name/13045829
http://sweetgum.nybg.org/vh/specimen.php?irn=152634