Flor amarela, pétalas unguiculadas, oblongas, estames com filetes longos (f. 1)
Vista lateral, pétalas reflexas, botão ovado (f. 2)
Inflorescência racemo, congesta (f. 3)
Folha composta, bipinada, foliólulos oblongos, elípticos (f. 4)
Panícula de racemos (f. 5)
Visitantes florais, abelha mamangava coletando néctar no nectário floral (f. 6)
Visitantes florais, abelha mamangava coletando néctar no nectário floral, flores com estandarte apresentando guia de néctar vermelho (f. 7)
Inflorescência com flores e botões (f. 8)
Panícula congesta, apresentando frutos (f. 9)
Fruto legume plano, oblongo (f. 10)
Semente obovada (f. 11)
Plântula (f. 12)
Basiônimo: Caesalpinia gardneriana Benth., Flora Brasiliensis 15(2): 68. 1870. Tipo: – BRASIL, Piauí, entre Boa Esperança e Praia Grande, 1829, Gardner 2148 (Síntipo: K imagem!).
Semente obovada (f. 11)
Plântula (f. 12)
Leguminosae, Caesalpiniodeae, Caesalpineae, Cenostigma Tul. 18 espécies (W3tropicos 2021).
No Brasil ocorrem 7 espécies das quais 5 são endêmicas (Lewis 2015).
Cenostigma Tul.
Árvore, ramo inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna espiralada. Folha bipinada ou imparipinada, nectário ausente, nervação broquidódroma, pecíolo menor que a raque. Inflorescência racemo ou panícula, terminal. Flor pedicelada, zigomorfa, pentâmera, monoclina, hipógina, cálice dialissépalo, corola dialipétala, pétalas 5, unguiculadas, androceu dialistêmone, estames 10, anteras rimosas; gineceu simples unicarpelar, unilocular, ovário súpero, pluriovulado. Fruto legume, linear, plano-achatado.
Cenostigma nordestinum Gagnon and G.P. Lewis, PhytoKeys 71: 90. 2016. |
Basiônimo: Caesalpinia gardneriana Benth., Flora Brasiliensis 15(2): 68. 1870. Tipo: – BRASIL, Piauí, entre Boa Esperança e Praia Grande, 1829, Gardner 2148 (Síntipo: K imagem!).
Sinônimo: Poincianella gardneriana (Benth.) L.P.Queiroz
Planta arbórea com 3 m alt.; tronco retorcido, cilíndrico,
cinza, destacando placas; copa aberta; ramo difuso, cilíndrico, lenticelado, cinza, quando jovens
folhas e ramo vinho, inerme. Estípula caduca. Filotaxia alterna, dística. Folha
grande, composta, bipinada, folíolos 3-5, foliólulos 5-11, alternos, ovado,
obovado, elíptico, oblongo, ápice arredondado-retuso, redondo, margem inteira,
base aguda, truncada, face adaxial glabra, viridescente, face abaxial glabra,
nervura expressa, coriáceo, raque com comprimento igual ao do pecíolo.
Inflorescência terminal, racemo ou panícula laxa, tomentulosa, rufo. Bráctea pequena,
estreito-ovado, caduca. Botão clavado-ovado, tomentuloso, castanho, prefloração
imbricada. Flor pequena, longe-pedicelada, zigomorfa, monoclina; pedicelo articulado 1/3 da
base; hipanto campanulado, curto; cálice dialisépalo, sépalas 5; corola dialipétalas, pétalas 5, unguiculadas, amarelas, reflexas, obovado-oblongo, carena ascendente, com guia de
néctar vermelho; androceu dialistemone, estames 10 com filetes longos, com tricomas da base
até 1/3 do ápice, antera elíptica, dorsefixa, rimosa, amarela; gineceu 1,
ovário séssil, oblongo, pluriovulado, estilete longo, estigma puntiforme,
verde. Fruto legume, deiscente, plurisseminado, oblongo, plano, valvas lenhosas.
Semente orbicular, plana, testa lisa.
Comentários
Cenostigma é um gênero que se
carateriza pelo hábito arbóreo, estípulas caducas, folhas bipinadas,
inflorescência racemo ou panícula, flores com pedicelo articulado, zigomorfa,
monoclina, hipógina, filetes longos, antera rimosa e legume típico com valvas
lignosas.
Cenostigma nordestinum tem como basiônimo Caesalpinia gardneriana, posteriormente foi sinonimizada como Poincianella gardnerianum por (Queiroz 2009), porem recentemente estudos um estudo filogenético realizado por (Gagnom 2016) propôs que as espécies de Poincianella brasileiras fossem circunscritas em Cenostigma. O problema taxonômico é que já havia uma espécie em Cenostigma com o epíteto gardneriana, desta forma aqueles autores propuseram um novo nome para a espécie que passou a se chamar Cenostigma nordestinum.
Espécie afim de C. bracteosum, mas distinta pelas flores muito menores e brácteas mais estreitas (Bentham 1860).
Um
dos grandes problemas que se encontra nas espécies que são conhecidas como
catingueiras é sua determinação. O que se conhece como catingueira pode ser
atribuído a três espécies de Cenostigma: C. bracteosum, C.
nordestinum e C. pyramidale. Os caracteres usados para
delimitar as espécies são reprodutivos, dessa forma de difícil delimitação
quando vegetativa. Queiroz (2009) em sua excelente obra Leguminosas da
caatinga delimita estas a partir da articulação do pedicelo e o comprimento do
hipanto. Onde C. pyramidale apresenta pedicelo articulado
próximo a base do pedicelo ou seja, abaixo da metade do comprimento enquanto as
demais tem articulação próximo ao ápice do pedicelo. Este estado de caráter é
compartilhado por C. bracteosum e C. nordestinum,
tendo a primeira bráctea ovada enquanto a segunda brácteas estreito-ovadas.
Espécie é polinizado por grandes abelhas de mamangava.
Na Paraíba é amplamente distribuída no Cariri, fotografado na fazenda Almas em São José dos Cordeiros, Cabaceiras.
Nome popular: catingueira, catingueira de porco
Fotos: Rubens Teixeira de Queiroz, Jardim Botânico, Universidade Federal, João Pessoa, Paraíba, Brasil
Referências
-Barroso, G. M. 1965. Leguminosas da Guanabara. Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 18: 109–177.
-Bentham, G. 1870. Flora Brasiliensis 15(2): 68.
-Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4): 1085–1113.
-Córdula, E., Morim, M.P., & Alves, M. 2014. Morfologia de frutos e sementes de Fabaceae ocorrentes em uma área prioritária para a conservação da Caatinga em Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 65(2), 505-516. https://doi.org/10.1590/S2175-78602014000200012
-Ducke, A. 1953. As Leguminosas de Pernambuco e Paraiba. Mem. Inst. Oswaldo Cruz 51: 417–461.
-Gaem, P.H. 2020. Cenostigma in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB605732>. Accessed on: 25 Apr. 2021
-Gagnom, E.; Bruneau A. , Hughes; C.E.; Queiroz, L.P. and Lewis, G.P. 2016. A new generic system for the pantropical Caesalpinia group (Leguminosae). PhytoKeys 71: 1–160
-Lewis, G.P. Poincianella in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 06 Mai. 2015
-Lewis GP (1987) Legumes of Bahia. Royal Botanic Gardens, Kew. 369p.
-Lewis, G.P. (1994) Systematic Studies in Noetropical Caesalpinia L. (Leguminosae: Caesalpinioideae), including a revision of the Poincianella-Erythrostemon group. University of St. Andrews, St. Andrews, 237 pp.
-Lima, J.R. & Mansano, V.F. (2011) A família Leguminosae na Serra de Baturité, Ceará, uma área de Floresta Atlântica no semiárido brasileiro. Rodriguésia 62: 563–613.
-Queiroz, L.P. (2009) Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana. 913 pp.
-Queiroz, R.T. 2021. Fabaceae do Cariri paraibano. Nova Xavantina, Editora Pantanal. 630p.
-Tulasne, L.R. 1844. Archives du Muséum d'Histoire Naturelle 4: 141.
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